O governo federal anunciou uma nova política de crédito imobiliário direcionada para famílias de classe média com renda a partir de R$ 12 mil mensais, trazendo mais acessibilidade ao financiamento para esse grupo. A ampliação do limite do preço do imóvel financiável no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões e a volta do financiamento de até 80% do valor do imóvel são as mudanças-chave. Isso significa que os compradores precisarão desembolsar menos dinheiro de entrada, favorecendo a aquisição de imóveis. A limitação dos juros a 12% ao ano também traz previsibilidade e impede aumentos abusivos.
A nova política altera o uso da poupança, principal fonte de recursos para o crédito imobiliário, liberando gradualmente parte desses recursos. A redução dos compulsórios para 15% possibilita a injeção imediata de cerca de R$ 35 bilhões em financiamentos, estimulando os bancos a oferecerem mais crédito imobiliário com juros menores. A expectativa é que a liberação desses recursos proporcione mais liquidez e incentive os bancos a concederem mais financiamentos, especialmente para a classe média.
A medida beneficia os compradores de classe média que não se adequavam ao Minha Casa, Minha Vida, permitindo o financiamento de imóveis de valor mais elevado. Com uma entrada mínima de 20% e a possibilidade de financiamento de até 80% do valor do imóvel, aliadas ao teto de 12% ao ano para os juros, as condições de aquisição tornam-se mais favoráveis. A liberação gradual dos recursos da poupança facilita a concessão de crédito e contribui para a expansão do mercado imobiliário.
A implementação plena da nova política está prevista para 2027, com efeitos como a liberação dos compulsórios podendo ocorrer antes. A tendência é que o impacto seja gradual, trazendo mais previsibilidade ao mercado. Embora não resulte em uma redução imediata dos juros, a medida busca estimular a retomada do crédito e aquecer o setor imobiliário, especialmente para a classe média.
Apesar das melhorias, desafios persistem, como o esgotamento dos recursos da poupança e a taxa Selic em 15%. A discussão sobre o financiamento de longo prazo para o setor imobiliário brasileiro já considera esses aspectos. É essencial encontrar soluções para garantir a sustentabilidade do mercado, adequando-se às transformações econômicas e financeiras que impactam o setor imobiliário.