Trinta milhões de pessoas no mundo são portadoras do Mal de Alzheimer. Por isso, uma técnica nova que detecta no sangue pequenas quantidades de uma proteína fragmentada, ligada à doença de Alzheimer, é tão importante e pode levar ao diagnóstico décadas antes de aparecerem os sintomas. O estudo foi publicado terça-feira, dia 28, na revista científica Journal of Experimental Medicine.
Uma das boas notícias é que o teste pode tornar o diagnóstico, além de mais simples, mais acessível, por ser mais barato que os exames atuais.
Pesquisadores de quatro países liderados pela Universidade de Lund, na Suécia, observaram que os níveis da proteína P-tau-27, no sistema nervoso central e no sistema nervoso periféricos, aumentam durante as etapas iniciais do Alzheimer. Eles estimam que o método, baseado nessa proteína, poderia detectar as mudanças cerebrais até 20 anos antes de aparecerem os primeiros sintomas da doença.
Numa avaliação da notícia para o New York Times, o dr. Michael Weiner, pesquisador do assunto na Universidade da Califórnia, disse que “ainda não é uma cura, não é um tratamento, mas ninguém consegue tratar uma doença antes de ter um diagnóstico. E um diagnóstico preciso, a baixo custo, é algo incrível, um avanço decisivo”.
Na mesma linha, o professor de neurologia da Harvard Medical School, Rudolph Tanzi, disse ao mesmo jornal que “os resultados precisam ser aplicados em testes clínicos com outras populações, incluindo as que representem mais diversidade étnica e racial”. Ou seja, ainda há um longo caminho a percorrer.
Cientistas acreditam que, se comprovados os benefícios, técnica poderia estar disponível para uso clínico em três anos. A descoberta pode ajudar muito no tratamento, e quem sabe, na prevenção do desenvolvimento do Mal de Alzheimer.