Novo Mundo entra com pedido de recuperação judicial para superar crise

A Novo Mundo, uma das maiores redes varejistas do Centro-Oeste, entrou com pedido de recuperação judicial na última quinta-feira,25. Em um comunicado divulgado pela empresa, a decisão é apresentada como uma “alternativa para retomar o crescimento e superar mais uma crise”, sendo necessária para enfrentar os desafios do atual cenário do setor varejista brasileiro, que ainda sofre as consequências da pandemia de Covid-19, alta da inflação, aumento das taxas de juros e restrição de crédito tanto para pessoas físicas quanto jurídicas.

Com quase 70 anos de atuação, a Novo Mundo possui mais de 90 lojas distribuídas em Goiás, Maranhão, Pará, Tocantins e Distrito Federal, que continuarão funcionando normalmente. A empresa, que nasceu em Goiânia (GO) e pertence ao Grupo Martins Ribeiro, destaca sua resiliência em superar crises econômicas ao longo de sua história e confia que, com esta estratégia legal, superará os obstáculos para se manter competitiva. A recuperação judicial permitirá a negociação de dívidas, garantindo a continuidade das atividades, preservação de empregos e salvaguarda dos direitos de todos os envolvidos.

O pedido foi protocolado na 3ª Vara Cível da Justiça de Goiás e está sob análise do juiz Luciano Borges da Silva. Fornecedores e credores já começaram a ser informados da decisão. Nos últimos anos, a Novo Mundo passou por um processo de reestruturação que incluiu a redução de lojas, passando de 150 para as atuais 90 unidades. Em 2022, a empresa registrou um faturamento de R$ 1,3 bilhão em vendas.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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