Novo Ouvidor da Polícia de SP defende câmeras corporais ininterruptas e melhoria salarial para policiais

O novo ouvidor da Polícia de São Paulo, Mauro Caseri, tomou posse em dezembro, substituindo Cláudio Silva, e já está defendendo a implementação de câmeras corporais com gravação ininterrupta. Em uma entrevista recente, Caseri destacou a importância de ter mais câmeras em uso durante as operações da Polícia Militar no estado.

Em 2024, o governo de São Paulo lançou um edital para a contratação de 12 mil novas câmeras corporais para a PM. No entanto, a gravação dos vídeos será feita de forma discricionária, colocando nas mãos dos policiais a decisão de gravar ou não determinada ocorrência. Especialistas apontam que essa mudança pode trazer desafios para investigações de violência policial, incluindo o aumento no uso indiscriminado da força e a dificuldade na produção de provas.

O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, estabeleceu exigências para o uso obrigatório de câmeras corporais pelos policiais militares de São Paulo, incluindo operações de grande envergadura e em comunidades vulneráveis. A decisão surge em meio a episódios recentes de violência policial que levantaram preocupações. Barroso determinou que as câmeras tenham gravação ininterrupta, em contraste com a escolha do governo de Tarcísio de Freitas de adquirir câmeras que interrompem a gravação em intervalos.

Diante do aumento de casos de mortes e agressões envolvendo policiais em São Paulo nos últimos dias, Caseri ressaltou a importância de adotar o uso progressivo da força durante as abordagens policiais. O novo ouvidor também criticou a falta de atualização dos policiais e defendeu a revisão da formação contínua na PM. Ele alertou sobre a necessidade de capacitar os policiais de forma sistemática para lidar com os desafios atuais.

Caseri foi escolhido pelo governador Tarcísio de Freitas para liderar a Ouvidoria das Polícias de SP, substituindo Cláudio Silva, crítico da gestão anterior. Além disso, o novo ouvidor se posicionou contra a criação de uma “ouvidoria paralela”, ressaltando que a instituição já atende às demandas da sociedade. Caseri também defendeu mais investimentos na estrutura da ouvidoria, incluindo a digitalização dos arquivos para facilitar o acesso às informações.

No que diz respeito à melhoria salarial dos policiais militares, Caseri enfatizou a necessidade de estabelecer um piso salarial nacional para a categoria. Ele defendeu a regionalização dos concursos da PM como forma de proporcionar melhor qualidade de vida aos policiais e garantir um atendimento de qualidade à população. O mandato de Caseri como ouvidor se estenderá até o início de 2027, durante o qual ele planeja aproximar a ouvidoria da população e fortalecer parcerias com entidades locais para ampliar o alcance do órgão.

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