Novo vírus da gripe encontrado na China tem potencial para se tornar pandemia, diz estudo

Em meio à emergência de saúde do novo coronavírus, cientistas chineses alertam, em um estudo, para um novo vírus da gripe encontrado em porcos na China que tem potencial para se tornar uma pandemia. No trabalho publicado nesta segunda-feira, 29, na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS, na sigla em inglês), da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, os pesquisadores afirmam que o agente infeccioso é semelhante ao da pandemia de 2009 e tem características que facilitariam a infecção humana.

Os cientistas descrevem que a nova cepa do vírus influenza, chamada G4 EA H1N1, tem traços do vírus encontrado em aves eurasiáticas (EA) e de uma linhagem tripla que possui genes aviário, humanos e suínos. Segundo eles, esse vírus se liga a receptores do tipo humano, se multiplicam em alto nível nas células epiteliais das vias aéreas humanas e mostram uma eficiente infecciosidade e transmissibilidade pelo ar.

Além disso, o fato de a cepa ter genes cruzados de outras “espécies” indica que a imunidade preexistente da população não fornece proteção suficiente contra os vírus G4. Testes sorológicos feitos em trabalhadores que se expuseram aos porcos mostraram que 10,4% de 338 pessoas deram positivo para o novo tipo de vírus da gripe.

“Essa infecciosidade aumenta muito a oportunidade de adaptação de vírus em humanos e suscita preocupações pela possível geração de vírus pandêmicos”, dizem os cientistas. Eles destacam que “porcos são hospedeiros intermediários para a geração do vírus da gripe pandêmica. Assim, a vigilância sistemática dos vírus influenza em suínos é uma medida fundamental para avisar o surgimento da próxima gripe pandêmica”.

Em entrevista à BBC, os cientitas afirmam que, até agora, a descoberta não representa uma grande ameaça, mas orientam a acompanhar a evolução. “No momento, estamos distraídos com o coronavírus e com razão. Mas não devemos perder de vista novos vírus potencialmente perigosos”, disse Kin-Chow Chang, um dos autores do estudo.

Ele completa que “não devemos ignorá-lo” porque existe a preocupação com o fato de que esse vírus G4 poderia sofrer uma mutação ainda maior e se espalhar facilmente entre humanos, o que provocaria um novo surto global.

Pandemia de gripe suína se estendeu de julho de 2009 a agosto de 2010
A pandemia de gripe suína foi decretada pela OMS em 11 de junho de 2009, após os casos se espalharem por América do Sul, Europa e Austrália. O alerta, no entanto, não indicou agravamento da doença, mas sim a constatação de que o problema era global. O estado de pandemia foi encerrado em agosto de 2010. Técnicos e especialistas da OMS reconheceram que a doença ficou sob controle e passaria a se comportar como outras enfermidades localizadas. Ainda assim, a doença se espalhou rapidamente no Brasil e, em 2009, foram 50.482 casos e 2.060 mortos pelo vírus influenza, segundo dados do governo federal.

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Pesquisa aponta que 49% dos brasileiros acreditam em melhorias no país em 2025

Um levantamento realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revelou que 49% dos brasileiros acreditam que o país terá melhorias em 2025. O índice permanece estável em relação à pesquisa de outubro, mas registra uma queda de 10 pontos percentuais comparado a dezembro de 2023, quando o otimismo atingiu 59%.

A percepção de piora aumentou entre os entrevistados: 28% acreditam que o Brasil irá piorar em 2025, uma alta de cinco pontos em relação a outubro (23%) e de 11 pontos frente a dezembro do ano anterior (17%).

O levantamento, divulgado nesta quinta-feira, 26, foi realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) entre os dias 5 e 9 de dezembro, com 2 mil participantes de todas as regiões do país.

Sobre o desempenho do Brasil em 2024, 66% dos entrevistados afirmaram que o país melhorou (40%) ou permaneceu igual (26%) em comparação a 2023. No entanto, essa soma representa uma queda de 13 pontos em relação a dezembro de 2023, quando 79% acreditavam que o cenário havia melhorado (49%) ou permanecido estável (30%).

A percepção de piora em 2024 alcançou 32% em dezembro, marcando um aumento significativo em relação aos 20% registrados no mesmo período do ano anterior.

Para Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, os resultados refletem um equilíbrio entre otimismo e cautela. “O ano teve aspectos positivos, como o aumento do emprego, mas foi marcado por fatores adversos, como seca, queimadas e notícias sobre alta da Selic, juros e inflação”, explicou Lavareda.

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