Número de abertura de empresas por mulheres mais que dobra de janeiro a fevereiro de 2024

Número de abertura de empresas por mulheres mais que dobra de janeiro a fevereiro de 2024

O número de abertura de empresas que contam com mulheres no quadro societário mais que dobrou de janeiro para fevereiro de 2024, passando de 1.226 para 2.619. Os dados são da Junta Comercial de Goiás (Juceg). Para o presidente Euclides Barbo Siqueira, o dado mostra o avanço das mulheres no segmento empresarial. “Somado às facilidades que temos implantado na abertura das empresas, esse salto mostra o quanto as mulheres têm perfil empreendedor”, aponta Siqueira.

Em janeiro, entre MEIs e não MEIs, foram abertas ao todo 13.096 empresas no estado de Goiás e 12.143 em fevereiro. Mesmo com leve queda no total de aberturas de novos negócios, a participação feminina teve avanço. Proporcionalmente, levando em consideração os dois primeiros meses do ano, o número de empreendimentos formalizados no período, e que contam com mulheres no quadro societário, saltou de 9,3% para 21,5%.

Exemplo desse empreendedorismo é a jovem odontóloga Fernanda das Neves Silva Pinheiro que, aos 33 anos, abre o primeiro negócio, o próprio consultório, em Valparaíso de Goiás. Mãe de duas meninas, de 3 e 5 anos, Fernanda divide o tempo entre as tarefas de profissional e de mãe.

Segundo ela, a decisão de abrir o próprio empreendimento surgiu da necessidade de ter mais qualidade de vida e possibilitar mais conforto para as filhas. “Eu não trabalhava para mim, então, acabava tendo um retorno menor do que eu esperava, mesmo dedicando muito tempo aos atendimentos”, resume Fernanda, que inaugura o consultório na semana em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres.

Salto

Nos últimos 20 anos, o número de empresas abertas com mulheres no quadro societário saltou de 8.454 em 2004 para 60.293 em 2023. Atualmente, o estado tem 380.410 negócios ativos com essa característica, considerando MEIs e não MEIs.

Dados da Juceg apontam ainda que os negócios que mais aparecem nessa relação são aqueles que comercializam artigos de vestuário e acessórios, cosméticos, produtos de perfumaria e higiene pessoal, além de lanchonetes. “Vale ressaltar que as mulheres costumam se preparar mais para abrir e gerir um negócio”, pontua o presidente da Juceg.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp