Número de brasileiros detidos no exterior triplica nos últimos 11 anos

Número de brasileiros detidos no exterior triplica nos últimos 11 anos

A quantidade de brasileiros presos no exterior triplicou nos últimos 11 anos, segundo dados do Ministério das Relações Exteriores. De acordo com o Itamaraty, o total de cidadãos do Brasil em penitenciárias de outros países em 2022 era 7,8 mil. O número é 212% maior em comparação com os dados de 2011, quando 2,5 mil pessoas foram detidas em outras nações.

Ainda há 37,3 mil brasileiros que não entraram no índice e que foram detidos ao tentar cruzar a fronteira dos Estados Unidos de forma irregular. Os dados foram divulgados pelo governo dos EUA.

Dados enviados pelo Ministério das Relações Exteriores ao Metrópoles, via Lei de Acesso à Informação (LAI), mostram que a América do Norte registra o maior número de prisões de brasileiros, com 4 mil detidos. Já no México são 3.709 brasileiros detidos por infração às regras de ingresso ao país, enquanto a Europa registra cerca de 2 mil indivíduos. 

Prisões

Segundo o levantamento, o narcotráfico ou posse de drogas é a principal razão das prisões de brasileiros no exterior. Os outros casos estão ligados a infrações contra regras migratórias. Contudo, o Itamaraty não informou o motivo de outras 700 prisões nem especificou se há eventuais prisões políticas em ditaduras internacionais. 

Desse total de brasileiros condenados, 39 cumprem prisão perpétua. Já outros 23 deles têm direito a condicional ou liberdade antecipada. Outros 16 não poderão voltar a viver em liberdade.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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