A vida não está fácil para o goiano. Isso porque o número de consumidores endividados cresceu 7,40% em agosto deste ano, se comparado ao mesmo período de 2021. A média de dívidas em atraso a serem pagas gira em torno de R$ 3.480,02, segundo divulgou a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL-GO), nesta segunda-feira, 5.
Ainda de acordo com o levantamento, o número de inadimplentes no estado saltou 2,38% na passagem de julho para agosto. Os homens (51,66%) lideram a pesquisa, enquanto as mulheres (48,34%) quase empatam, sendo que um terço dos devedores (31,56%) está com dívidas vencidas há até três anos.
Principais dívidas
As instituições financeiras são os principais credores das dívidas em atraso (51,72%), seguidos pelas lojas do comércio (17,93%) e de empresas de comunicação (11,44%), que prestam serviços como telefonia e internet. Para o presidente da FCDL-GO, Valdir Ribeiro, o aumento da inadimplência é um reflexo dos altos juros, além da inflação e da perda do poder de consumo da população.
“A inadimplência em Goiás cresceu até mais do que a média do Centro-Oeste [6,11%]. Esperamos sentir nestes próximos meses os impactos das liberações dos novos auxílios do governo, do controle nos preços dos combustíveis e do reaquecimento da economia, conforme mostrou a última estatística do PIB. Essas medidas devem ajudar a frear a inadimplência e devolver aos consumidores o acesso a crédito”, conta.
Brasileiros devem mais
A inadimplência das famílias brasileiras, de maneira geral, também avançou em agosto deste ano, conforme pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), também divulgada nesta segunda-feira, 5. O endividamento dos brasileiros alcançou 29,6% do total de famílias no país, sendo o maior patamar desde o começo da série histórica em 2010.
Conforme a pesquisa, o volume de endividados por meio de compras vem crescendo desde maio deste ano. O levantamento mostrou ainda que o aumento do indicador pode ser explicado pela procura por crédito direto no varejo das famílias de menor renda. Nos últimos quatro meses, o endividamento nos carnês para esta parcela da população cresceu 19,8%.