Número de medidas protetivas tem aumento de 265% em Goiás

Homem mantém esposa em cativeiro sem água e comida em Hidrolândia

Número de medidas protetivas tem aumento de 265% em Goiás

Em menos de três meses, o Batalhão Maria da Penha (BMP), da Polícia Militar (PM), protocolou 657 medidas protetivas em Goiás. O número, contabilizado até a última segunda-feira, 13, é 265% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 180 mulheres precisaram solicitar a ordem judicial para se prevenir de agressões por parte do companheiro. 

Ao todo, 9 mulheres vítimas de violência precisaram de medida protetiva por dia em 2023. O vice-comandante do BMP, capitão Rafael Kaminiche, explica que a medida protetiva é uma forma de proteger a mulher vítima de violência doméstica e familiar. Existem dois tipos de ordens previstas na lei: aquelas que obrigam o agressor a ficar longe da vítima, por exemplo, e aquelas que protegem a mulher. 

“O trabalho de divulgação tem motivado as mulheres a terem mais coragem de denunciar o agressor. O fato das mulheres saberem que não existe apenas um órgão, mas uma rede de enfrentamento à violência doméstica, também contribuiu para o aumento de denúncias”, explicou.

Estágios da agressão

Kaminiche diz que a violência contra a mulher possui um ciclo de três estágios. No primeiro estágio há a violência verbal, onde o agressor humilha a vítima com xingamentos e até a ‘coloca para baixo’, tecendo críticas contra a mulher, afetando a sua autoestima. 

O segundo estágio é a explosão, quando há sexo forçado e a violência se torna física, com socos, chutes e empurrões. O terceiro e último estágio é o arrependimento. Nesta fase do relacionamento o agressor diz se arrepender e começa a fazer juras de amor e a presentear a companheira. No entanto, a violência ainda persiste entre as promessas e “agrados” até que o homem seja preso ou a mulher morta.

 “Essa violência é caracterizada como uma ação ou até mesmo omissão que cause sofrimento a mulher, seja no âmbito físico, psicológico, moral, patrimonial e sexual. Ou seja, há cinco tipos de violência. 

Crimes e indícios 

Ainda de acordo com o militar, entre os crimes mais comuns, estão a difamação, a ameaça e a lesão corporal. Ele afirma que, no início do relacionamento, é possível perceber indícios de que o companheiro possa vir a se tornar um agressor. 

“A mulher deve observar se o homem tem dificuldades de lidar com perdas e frustrações, além de ver se ele possui um grau de violência e descontrole emocional. Outros indícios são o ciúme doentio, o sentimento de posse e controle”, afirmou.

Como denunciar?

Kaminiche conta que a mulher vítima de violência pode procurar as Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (Deam’s) espalhadas pelo estado, além da própria PM pelo 190 e até unidades de saúde.

“A mulher agredida e violentada deve de imediato entrar em contato com a polícia. Na delegacia é feito o preenchimento dos documentos para que a medida seja protocolada”, afirmou. 

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos