Número de mortos em Petrópolis chega a 120; novo deslizamento de terra é registrado

Alexandre Kapiche/g1

O número de mortos em Petrópolis desde a tempestade da terça-feira (15) chegou a 120 no início da manhã desta sexta-feira (18). Dos 117 corpos que estão no Instituto Médico Legal (IML), 77 são de mulheres e 40 de homens. Desses, 20 são menores e, ao todo, 57 corpos já foram identificados.

De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, foram registrados 116 desaparecimentos, mas não se sabe quantos desses já foram encontrados. Quatro equipes da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) passaram o dia percorrendo hospitais, abrigos e escolas para identificar as pessoas desaparecidas.

As tempestades voltaram a atingir a cidade nesta quinta-feira (18). Um novo deslizamento de terra foi registrado na região de 24 de maio. Além disso, sirenes do Morro da Oficina, um dos locais mais devastados pela tempestade, voltaram a tocar na madrugada desta sexta-feira (18). Sons de alerta eram intercalados com pedido de moradores para encontrarem um lugar seguro. Até a última atualização desta reportagem, não há informações de novos deslizamentos.

Presidente sobrevoa o munícipio e governo federal repassa R$ 2,3 milhões

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), deve sobrevoar o munícipio na manhã desta sexta-feira (18). Em seguida, ele participará de uma reunião de trabalho com autoridades locais para definir medidas emergenciais.

O governo federal liberou nesta quinta-feira (17), R$ 2,3 milhões para socorrer os atingidos pelas chuvas. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), outros repasses serão feitos nos próximos dias. Eles serão utilizados para a compra de cestas básicas, kits de higiene pessoal, colchões, materiais de limpeza e kits de dormitório com coberto e lençol. Mais de mil pessoas devem ser beneficiadas.

A liberação do valor foi autorizada por duas portarias da Defesa Civil Nacional publicadas nesta quinta em uma edição extra do ”Diário Oficial da União”. Uma autoriza o repasse de R$ 1,6 milhão e a outra transferência de R$ 655 mil. Parte do dinheiro será destinado a limpeza da cidade e contratação para desobstrução de canais e equipamentos para este serviço. De acordo com o ministério, esta primeira fase de limpeza atenderá mais de 10 áreas da cidade.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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