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Número de refeições oferecidas pelo Restaurante do Bem chega a 2,7 mil por dia

Última atualização 22/07/2022 | 16:09

Com o preço dos alimentos nas alturas devido à inflação, o número de pessoas que procuram restaurantes populares para se alimentar cresceu significativamente, em Goiás. Para se ter ideia, a quantidade de pratos servidos pelo Restaurante do Bem nos cinco primeiros meses de 2022 aumentou quase 45%, se comparado ao mesmo período de 2019, antes da pandemia de Covid-19. O número de refeições há três anos chegou a 996,6 mil, mas, este ano, saltou para 1,4 milhão. Por dia, o local serve entre 500 e 2,7 mil refeições.

Atualmente, o estado conta com 13 unidades do Restaurante do Bem, sendo duas em Goiânia, duas em Anápolis e outras duas em Luziânia. Há ainda, uma em Rio Verde, Águas Lindas, Valparaíso, Minaçu, Caldas Novas, Jaraguá e Goianésia. Mesmo com o aumento do preço dos alimentos e itens como gás de cozinha, o preço da refeição não sofreu custos adicionais. O valor do ticket foi mantido a R$ 2. Os locais funcionam entre 10h30 e 14h.

“O público alvo são as pessoas em situação de vulnerabilidade social. Desde de 2019, servimos mais de 10 milhões de refeições em todo o estado. Porém, desde 2020 para cá, vimos um aumento significativo na procura por esses alimentos. Nossas nutricionistas montão o cardápio, afim de garantir um valor nutricional a população. Isso não é só uma refeição, é dignidade. Para muitas pessoas, essa é a única refeição do dia”, concluiu a Jeane de Cássia Abdala, Diretora de Ações Sociais da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG).

Procura

Diariamente, os estabelecimentos coordenados pela Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) recebem pessoas de diferentes classes sociais. Nesta sexta-feira, 22, por exemplo, a moradora de rua Luana, de 24 anos, estava, mais uma vez, no restaurante. A jovem conta que almoça no local com frequência, mas que depende da doação da população para se alimentar.

“Não tenho profissão nenhuma, moro na rua. Sempre que consigo, como aqui. Mas, por não ter dinheiro, dependo de alguém comprar pra mim”, conta.

Assim como Luana, a aposentada Irani, de 71 anos, também costuma frequentar o local. Ela explica que optou por almoçar no ‘restaurante popular’ em função do preço acessível das refeições, uma grande economia.

“Economiza o gás, economiza muita coisa, já que a aposentadoria não está valendo nada. Deixei até de comprar alguns remédios porque não dá, ainda mais porque eu pago aluguel. A comida é gostosa, eu gosto”, contou.

Colaborou Nathalía Oliveira, que participa do programa de estágio do Jornal Diário do Estado.

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