Número de vítimas que acusam odontóloga chegam a 21, segundo polícia

Odontóloga e outros três profissionais são indiciados por lesões graves e infrações à saúde após investigação da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon)

A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), encerrou a investigação que resultou no indiciamento de uma odontóloga e outros três dentistas. Segundo a polícia, um total de 21 pessoas foram vítimas de lesões corporais gravíssimas, todas supostamente causadas pela atuação da odontóloga e de sua equipe.

A profissional principal teve a prisão preventiva mantida pelo Poder Judiciário, que negou o pedido de revogação da detenção. Os delitos incluem infrações contra a saúde pública e crimes contra o consumidor. Além da odontóloga, outros três dentistas foram indiciados por exercício ilegal da medicina e por envolvimento em práticas que atentam contra os direitos do consumidor.

A investigação da Polícia Civil se deu em resposta a denúncias e reclamações apresentadas pelas vítimas, que relataram sérios problemas de saúde e lesões decorrentes de procedimentos odontológicos.

A prisão preventiva da odontóloga foi mantida diante da gravidade das acusações e do risco de continuidade das práticas lesivas. A recusa do Poder Judiciário em revogar a detenção ressalta a seriedade das evidências apresentadas pela Polícia Civil durante a investigação.

Por meio de nota, a defesa da dentista alegou que dos 21 pacientes ouvidos no inquérito, só foram produzidos dois laudos de Auto de Corpo de Delito, que é a prova técnica para dar base às acusações impostas. O primeiro deles não concluiu pela existência de lesão e o segundo apontou que a blefaroplastia foi feita por outra profissional. Veja trecho:

No primeiro laudo, já se exclui totalmente o crime de lesão corporal. Já o segundo laudo deixa claro que a paciente teve 4 intervenções de outra profissional. Ou seja, a paciente fez uma blefaroplastia realizada por outra profissional e a nossa cliente apenas fez a correção de um procedimento realizado anteriormente. Reiteramos que o atendimento feito pela nossa cliente foi em caráter reparador dentro das competências do cirurgião Buco Maxilo Facial, havendo melhora relatada pela suposta vítima no quadro tratadoa.

Cursos

Presa suspeita de deformar o rosto de pacientes com procedimentos estéticos, a dentista Hellen Kacia Matias da Silva chegava a cobrar R$ 15 mil pelos cursos que ministrava ensinando técnicas que só podem ser aplicadas por médicos. É o que revelou a delegada do caso, Débora Melo.

A prisão preventiva da dentista aconteceu no último dia 30, por policiais civis da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon). Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Goiânia e em Santa Bárbara de Goiás, município localizado na região oeste de Goiás.

“Um curso para realização de cirurgias faciais com uma carga horária de 3 dias de duração e pagando cada aluno entre R$ 10 a 15 mil”, detalhou a investigadora. Apesar da alta quantia, no contrato do curso a profissional ainda dizia que ele não era reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).

De acordo com a polícia, quantidade de dentistas que fizeram cursos de cirurgias faciais com Hellen é bem grande. Especialmente porque são profissionais espalhados por vários estados do país. No entanto, o número exato não foi divulgado porque a Polícia Civil ainda está contabilizando os casos.

Em nota, o MEC respondeu que “é responsável por instituições e cursos de nível superior, não tendo competência sobre cursos livres” e que o “exercício da profissão é de competência do respectivo Conselho Federal”. Já o Conselho Federal de Odontologia (CFO) não se pronunciou sobre o caso.

Outros envolvidos

Além da profissional presa, outros três dentistas também são suspeitos de realizar os procedimentos expressamente vedados pelo Conselho Federal de Odontologia. Segundo a PCGO, os profissionais divulgavam os serviços de procedimento estéticos nas mídias sociais com valores abaixo do mercado, o que atraia um número considerável de pessoas.

Assim, a odontóloga vendia os procedimentos abertamente em suas mídias sociais, que chegavam a mais de 650 mil seguidores. Além disso, ela ministrava cursos para outros profissionais da saúde. Os cursos ensinavam a realização de cirurgias sob sua supervisão. Durante as diligências na clínica da suspeita, a polícia encontrou diversos instrumentos cirúrgicos, anestésicos e medicamentos vencidos.

Dessa forma, os agentes apreenderam os materiais encontrados e descartados pela Vigilância Sanitária. Esta, por sua vez, também autuou a dentista por infrações administrativas como inadequação do alvará sanitário do estabelecimento. Portanto, tais condições a impediria de realizar qualquer procedimento invasivo nos pacientes.

Ainda nas diligências, os policiais apreenderam também o celular usado para comunicar com os pacientes. Com isso, descobriram que vários deles estavam com o rosto deformado pelas cirurgias realizadas pela dentista ou pelos seus “alunos”.

Para investigação, a PCGO conseguiu colher declarações de mais de dez vítimas da dentista, além de ex-funcionários do instituto onde ela realizava os procedimentos. Além de proceder com as cirurgias em local inadequado, pacientes e ex-funcionários declararam que a suspeita não aceitava críticas ao seu trabalho e tratava com descaso os pacientes.

 

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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