Nutricionista alerta para os riscos dos perfis fitness nas redes sociais e diz “somos únicos”

A relação entre os padrões de beleza e a internet está cada vez mais estreita. É comum vermos perfis que divulgam estilo de vidas que são inalcançáveis para a maioria das pessoas. O que torna essa relação perigosa. O jornal Diário do Estado conversou sobre o assunto com a nutricionista clínica e esportiva, Victória Guimarães.

Para ela, os perfis “fitness” estimulam um hábito saudável. Porém, o lado ruim, é que na maioria das vezes, as informações repassadas não são provenientes de um profissional. E sim, baseadas no estilo de vida daquela pessoa e no que funciona para ela. “Existem muitos perfis que acabam passando dietas e treinos, que às vezes até funcionam, a pessoa emagrece. Mas vai totalmente contra o que o profissional prega, que é o equilíbrio, o ‘não passar fome’, o proibir comidas”, defende a nutricionista.

Um agravante dessa situação é a comparação com o outro. As pessoas que trabalham com a internet tem aquele estilo de vida como profissão, logo, se dedicam aos treinos e à alimentação saudável integralmente. “É a renda delas. A vida dessas pessoas gira em torno de estar magra, de ser saudável, de fazer atividade física 3 vezes ao dia. E a maioria das pessoas não pode ter um estilo de vida assim. Podem treinar uma vez ao dia, ou 3 vezes na semana, ter uma alimentação equilibrada mas não extremista”, comenta Victória.

Victória comenta ainda que “as pessoas se comparam demais”. Na internet, o photoshop é frequentemente utilizado e nem tudo que é postado é 100% real. “Estamos vivendo muito em comparação com o outro, pelas redes sociais estarem tão acessíveis. Ao mesmo tempo que você quer aquele corpo que você vê, você não tem o mesmo tempo para fazer o que uma blogueira faz”, alerta.

A nutricionista considera o equilíbrio como o segredo para uma vida saudável. Para ela, o bem estar está ligado à saúde da mente, além de uma rotina agradável e que te faça feliz. E o mais importante, é preciso ter cuidado na busca pelo corpo “ideal”. A nutricionista opina que “um corpo ideal não é um corpo de revista, o corpo da amiga, um corpo malhado. O corpo ideal é o seu corpo, do jeito que você se sente bem. Desde que não haja extremismos pra chegar nesse corpo que você acha que é ideal”.

Os pilares para a vida saudável são a boa alimentação, a prática de atividades físicas e a saúde da mente. Esses três pontos formam o equilíbrio. E atingi-lo não é tarefa fácil. “No mundo em que estamos vivendo chegam informações de todos os lados, certas e erradas. Então, o equilíbrio vem de dentro. É parar de se comparar, colocar os pés no chão e pensar aonde você quer chegar, até que ponto é saudável chegar”, aconselha.

A profissional fala sobre a importância de um acompanhamento com um especialista. É comum ver dietas mirabolantes nas redes sociais, podendo ser alternativas perigosas. “Pegar a dieta da vizinha não funciona, somos únicos. Nem tudo é pra todo mundo. As modas de low carb, jejum intermitente, aeróbico em jejum, não são pra todo mundo”, explica.

As estratégias para mudança do estilo de vida das pessoas, com o emagrecimento como consequência, devem ser pensadas unicamente para cada pessoa. E ser acompanhada por um profissional, para obter um resultado duradouro. “Um profissional de respeito vai criar um novo estilo de vida com você. Pra que você não queira desistir daquilo em um mês, dois meses. Para em uma semana você não aguentar mais ver ovo ou passar fome. Não é isso. O nutricionista te auxilia pra você mudar seus hábitos  pra vida inteira e se sentindo bem”, defende.

A profissional defende a ideia de que os extremismos não levam à uma rotina saudável. Como por exemplo, “até que ponto vale ter uma barriga chapada, se no almoço de família você é a pessoa que fica excluída e não come porque está de dieta? Viver em equilíbrio é também comer o doce que sua avó faz e que é uma tradição. Temos que ver um todo e saber aproveitar a vida, isso não pode virar uma paranoia, comprometendo o nosso equilíbrio mental”.

A alimentação saudável é considerada por muitos uma alternativa cara. Esse mito é frequentemente utilizado como desculpas. “Fazer feira, ir ao supermercado, é um hábito a ser criado. Na ponta do lápis, é muito mais barato comprar legumes e vegetais do que comprar produtos industrializados. É um grande mito. Você tem que se planejar e sair da sua zona de conforto”, comenta. Outro pensamento a ser derrubado é que a alimentação saudável não está ligada à suplementação, que é o que muitas vezes encarece as compras, segundo ela.

Porém, ainda assim, já há uma movimentação acontecendo no mercado alimentício. A procura por alimentos saudáveis está maior e mais opções estão surgindo. Victória relembra que há alguns anos, no shopping, não haviam restaurantes com opções saudáveis. Já hoje em dia, redes de fast foods saudáveis estão disponíveis.

Segundo uma matéria publicada no jornal Estadão,  o relatório The Top 10 Consumer Trends for 2017, que analisa as tendências de mercado, notou uma inclinação dos consumidores pelos itens considerados saudáveis. Segundo o documento, 83% dos entrevistados estão dispostos a gastar mais para obter um alimento saudável; 79% substituem produtos da alimentação convencional por opções mais saudáveis; 28% acham importante consumir alimentos com alto teor nutricional; 22% optam por compras alimentos naturais sem conservantes; 44% dão preferência a produtos sem corantes artificiais; 42% optam por itens sem sabores artificiais.

Para finalizar, a profissional se atenta para a questão do modismo. Tudo na internet é baseado na moda do momento, no que faz sucesso agora. Amanhã, já é outra história. “Tanto em relação aos alimentos, óleo de côco, glúten, ovo. Não existem alimentos proibidos a não ser que a pessoa tenha alguma intolerância. Do mesmo jeito são com as modas de corpo. Há um tempo atrás o legal era ser o estilo ‘panicat’, agora o legal é ser muito magro. Daqui uns dias a moda vai ser outra, e novamente, as pessoas vão tentar se adaptar”.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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