Nutricionista e mãe são presas por fraude no reembolso de planos de saúde
Um caso chocante de fraude no reembolso de planos de saúde foi descoberto em dezembro. Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a profissional de nutrição abria contas bancárias em nome dos pacientes, solicitava uma extensa lista de exames e medicamentos e recebia o reembolso dos planos de saúde. Quando a seguradora afetada pelos crimes tomou conhecimento da fraude, procedeu ao descredenciamento dos clientes envolvidos nessa prática ilícita.
A nutricionista Paula Carolina da Silva Morais e sua mãe, Márcia Cristina Teixeira da Silva, que trabalhava como secretária na clínica, foram presas em suas residências em Nova Iguaçu. O médico Luiz Victor dos Passos Fernandes é considerado foragido e alvo de busca pelas autoridades competentes.
Os mandados de prisão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, após a denúncia feita pelo Ministério Público, que acusa o trio pelos crimes de estelionato eletrônico, falsidade ideológica, falsa identidade, sonegação fiscal e associação criminosa.
Conforme a denúncia apresentada pelo MPRJ, Paula Morais abria contas bancárias em nome dos pacientes, solicitava diversos exames e medicamentos e recebia o reembolso pelos planos de saúde. Quando a fraude foi descoberta, os clientes foram descredenciados e a Light demitiu todos os funcionários que consultaram com a nutricionista.
O esquema fraudulento montado pela nutricionista envolvia o falso reconhecimento facial dos pacientes. Inicialmente, era oferecido um serviço de emagrecimento e ganho de massa muscular para atraí-los. Durante as consultas, uma foto era solicitada para a abertura de uma conta bancária, mas, na realidade, era um processo de reconhecimento facial.
Os pacientes eram orientados a fornecerem o login e senha do plano de saúde para que a nutricionista pudesse solicitar o reembolso assistido. Posteriormente, a abertura dessa conta por meio do reconhecimento facial era utilizada para receber o reembolso integral dos planos de saúde.
A nutricionista e sua mãe, atuando como secretária, realizavam esse processo nas consultas posteriores, utilizando o celular para capturar uma nova foto e continuar a farsa. Essa prática culminava na realização de exames fictícios em laboratórios fraudulentos para obter reembolsos indevidos por parte dos planos de saúde.
Além disso, a nutricionista Paula Morais também prescrevia e fornecia medicamentos de uso controlado, o que é ilegal para sua profissão. Ao ser descoberta, a fraude resultou na demissão de funcionários da Light que se consultaram com ela. A investigação identificou 121 denúncias contra Paula em diferentes delegacias, revelando a extensão do esquema criminoso. Os pacientes e as empresas afetadas pela fraude estão lidando com as consequências desse golpe que abalou a comunidade local.
