O uso de cogumelos mágicos está em ascensão nos Estados Unidos, de acordo com um novo estudo recentemente publicado. Pesquisadores observaram um aumento significativo no consumo do composto alucinógeno psilocibina, especialmente entre pessoas que sofrem de depressão e ansiedade. A popularidade da psilocibina, encontrada nos “cogumelos mágicos”, mais do que dobrou entre adultos nos EUA nos últimos anos, indicando uma tendência crescente.
O estudo, publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) e divulgado pela Campus Médico Anschutz da Universidade do Colorado, analisou dados da Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde (NSDUH). Os pesquisadores compararam o uso de psilocibina entre os anos de 2015 a 2017 com o período de 2020 a 2022. Os resultados revelaram um aumento significativo, saltando de 0,9% para 1,8% no último ano entre os adultos.
Embora o crescimento tenha sido observado em diversos grupos demográficos, o uso ainda é mais prevalente entre os jovens adultos, com idades entre 18 e 25 anos. Um dos aspectos mais destacados pelos pesquisadores foi a taxa consideravelmente maior de consumo entre indivíduos que relatam transtornos mentais, como depressão, ansiedade generalizada e outras condições psicológicas.
O estudo aponta que o aumento no uso de psilocibina pode estar relacionado à automedicação por parte de um número crescente de pessoas. A pesquisadora Karilynn Rockhill, da Escola de Saúde Pública do Colorado, observa que o aumento no consumo coincide com a descriminalização ou legalização da psilocibina em alguns estados americanos desde 2019. Essa mudança na legislação pode ter contribuído para o aumento da popularidade da substância.
Entretanto, os pesquisadores alertam para os riscos do uso não supervisionado da psilocibina, especialmente para indivíduos com condições de saúde mental preexistentes. Embora haja um interesse crescente nos potenciais benefícios terapêuticos da substância, é crucial garantir que as pessoas compreendam os riscos e saibam como utilizar a psilocibina de forma segura, idealmente sob orientação profissional.
Com a evolução das pesquisas sobre os efeitos terapêuticos da psilocibina para condições como depressão e estresse pós-traumático, é essencial que os sistemas de saúde estejam preparados para lidar com o aumento do consumo da substância. Educação e monitoramento aprimorados são necessários à medida que mais estados consideram regulamentar ou legalizar a psilocibina para uso terapêutico supervisionado. É fundamental compreender o cenário completo para uma resposta adequada a essa tendência em crescimento.
