“O demônio se apoderou dele”, diz pai de Lázaro, autor de chacina em Ceilândia

A busca por Lázaro Barbosa, suspeito de matar quatro pessoas de uma família em Ceilândia, está entrando no oitavo dia nesta quarta-feira (16) e tem aterrorizado não só a população de Edilândia, povoado de Cocalzinha de Goiás, mas também os familiares do criminoso.

O pai de Lázaro, Edenaldo Barbosa Magalhães, de 57 anos, concedeu ao jornal Correio Braziliense uma entrevista e contou que não reconhece o filho e que tem medo do suspeito. ”O demônio se apoderou dele”, afirmou.

Além de Lázaro, Edenaldo tem três filhos – de 16, 13 e 2 anos – e é casado há duas décadas com a mesma mulher. O aposentado vive uma vida simples no município de Girassol e contou que já sofreu dois infartos e um acidente cardiovascular (AVC).

”E eu com o coração na mão, doente. Só não morri ainda porque acho que Deus não quis”, disse o homem, que se declara evangélico. ” O demônio se apoderou dele”.

O pai do suspeito contou que casou com a mãe de Lázaro, Eva Maria Sousa, quando tinha apenas 17 anos, quando moravam em Barras do Mendes, município de Bahia. Por conta de brigas e agressões, os dois se separaram quando Lázaro e o irmão mais novo, Deusdete, ainda eram crianças.

Assim como o Lázaro, o irmão mais novo também estava envolvido em roubos e homicídios, morrendo há cinco anos atrás durante um acerto de contas em Goiás.

Edenaldo contou que não via o filho a 20 anos e apenas o reencontrou há seis anos, depois que Lázaro fugiu de um presídio em Goiás. Ele chama o filho de mostro e diz que tem vergonha da forma como o filho cometeu os crimes.

“Esse monstro, eu registrei, mas quando as pessoas falam ‘o seu filho’, aquilo me estremece todo. Não dá vontade nem de ficar mais na Terra. Eu estou arrasado. Se eu vê-lo por aí, eu nem conheço mais”, lamenta.

Lázaro Barbosa tem cometido uma série de crimes durante a fuga da polícia, que entra hoje no oitavo dia. Mais de 200 policiais de Goiás e Distrito Federal participam da operação com ajuda de drones, helicoptéro e cavalaria. O pai de Lázaro deseja justiça por todas as famílias que vem sofrendo com os crimes do filho. “Eu não quero ele solto jamais. Porque estou com medo dele fazer mal a mim e a minha família. Olha só o que ele tá fazendo com todo mundo”, revolta-se.

A mãe de Lázaro se mudou a pouco tempo para o município de Girassol, no interior de Goiás. O motivo teria sido o envolvimento do filho com os crimes.

Ao jornal, comerciantes e moradores contaram que Lázaro assassinou o caseiro de uma chácara e foi jurado de morte na região, que chegaram a oferecer um prêmio para que matasse o criminoso.

A série de crimes.

  • Quarta-feira (9): Quatro pessoas de uma família foram assassinadas em Ceilândia. Foram eles: o empresário Cláudio Vidal, 48; e os dois filhos dele, Gustavo Marques, 21; e Carlos Eduardo Videl, 15. Lázaro também sequestrou a mãe deles, Cleonice Marques, 43.
  • Sexta-feira (11): A procura pelo suspeito começam no interior de DF.
  • Sábado (12): O corpo de Cleonice é achado em um córrego próximo ao esconderijo do criminoso. O cadáver estava nu, de bruços e com cortes na região das nádegas.
  • Sábado (12), à noite: Três pessoas de uma mesma família são baleadas em uma zona rural de Cocalzinho de Goiás. O suspeito teria obrigado as vítimas a fazer comida e usar drogas com ele. Além de roubar duas armas de fogo e munições. Os feridos estão hospitalizados, dois em estado grave.
  • Domingo (13): Lázaro rouba um Corsa vermelho em uma chácara e foge. O veículo é abandonado na BR-070, depois que o suspeito avista uma barreira policial e entra em uma área de mato.
  • Segunda-feira (4): O criminoso pede comida em uma chácara de Edilândia, mas o caseiro acaba negando. Lázaro efetua tiros contra o homem que revida os tiros com uma espingarda. O criminoso sai correndo pela mata.
  • Terça-feira (15): Lázaro tenta fazer novas vítimas e mantém um casal e a filha de 15 anos como reféns. As três pessoas apenas são liberadas depois que o criminoso troca tiros com a policia, que tem dois policiais baleados.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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