“O Maguito foi um guerreiro dentro daquela UTI”, diz publicitário Márcio Lima

Nesta quarta-feira, dia 13 de janeiro, o Brasil acordou com a triste notícia do falecimento de Maguito Vilela. Principalmente Goiânia, cidade pela qual Maguito acabara de ser eleito prefeito.  Para falar sobre esta personalidade marcante, o Diário do Estado conversou com Márcio Lima, que é analista político e coordenador de marketing. “É uma notícia muito triste para o Brasil. O Maguito era um político que transcendia todos os aspectos goianos, as nossas fronteiras. Foi senador, vice-presidente do Banco do Brasil… então é um homem que tinha uma visão muito ampla das possiblidades que a política pode oferecer ao povo”, reflete Márcio.

Ele também falou sobre as dificuldades da campanha, principalmente depois da ausência de Maguito para o tratamento. “A campanha fugiu de todos os aspectos do último século. Era uma disputa eleitoral dentro de uma pandemia. E tivemos mais de 13 candidaturas, só em Goiânia, das quais três se destacavam: o senador da República Vanderlan Cardoso, a delegada Adriana Accorsi, e o Maguito, que de todos era o mais experiente”, conta. “Infelizmente, mesmo sabendo dos riscos, ele não teve medo de colocar seu nome à disposição, uma vez que o Íris Rezende não foi candidato à reeleição”, reflete o marketeiro.

“O Maguito ficou oitenta dias lutando pela vida. Enquanto isso, o Daniel Vilela tocou essa campanha, junto com toda a equipe. Havia uma vontade de que essa campanha tivesse êxito e que ele viesse a assumir”, destacou o analista político. “Na ausência do candidato, eles tentaram suprir isso e sufocar a candidatura do Vanderlan Cardoso. Enquanto o concorrente estava tentando criar agenda, tinha mais de 20 equipes de frente de trabalho pela capital, pelo Maguito”, lembrou. “E além de tudo, tinha as redes sociais, onde a militância do MDB se mobilizou muito”.

O entrevistado não gostou das críticas que a campanha de Maguito recebeu ao prosseguir no pleito, mesmo com o candidato na UTI. “Enquanto existir vida, existe esperança. Vamos inverter: com qualquer outros candidatos que estivessem lutando pela vida seria assim. Só que enquanto a pessoa lutava pela vida, várias Fake News foram criadas, inclusive dizendo que ele não estava vivo”, disse Márcio, que aproveita para chamar Maguito de “guerreiro” por tudo o que passou no hospital. “Esse exemplo dele fica: o de não desistir nunca”.

E como fica Goiânia, depois de seu prefeito ter falecido e assumir um vice-prefeito desconhecido (em vista da popularidade de Maguito)? “Quando o Darcy Accorsi foi eleito, em 1992, um Gaúcho que veio pra cá de Itapuranga, as pessoas tentaram argumentar com o lugar de onde ele era… Goiânia mesma é feita de gente de várias partes do país e do mundo. As pessoas querem líderes competentes“, argumentou. “Rogério Cruz não é despreparado: foi vereador por dois mandatos, executivo da Record e implantou a Record Internacional”, elogia Márcio. “‘Ah, mas ele é pastor!’. Tá: e quantos pastores não deputados no Brasil?”, deixa a pergunta no ar.

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Vídeo: Circulação de fake news fez Goiás cair índice a cobertura vacinal infantil

Devido às baixas procuras por vacinas, em função da pandemia de Covid-19 e circulação de fake news, Goiás deu início nesta segunda-feira, 8, à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%, ou seja, longe do ideal que 95%.

De acordo com a gerente do Plano de Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Goiás, Clarice Carvalho, durante o período crítico da pandemia da Covid-1, no estado, muitos pais deixaram de levar as crianças até uma unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação. O medo, em parte, estava relacionado à doença, porém, a circulação de informações falsas contribuíram com o quadro.

“Muitas pessoas tinham receio de ir até uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo estas unidades estando preparadas para acolher as pessoas. Ainda houve um receio, mas devido a circulação de fake news, informações incorretas, informações falsas, abordando a segurança da vacina”, explicou Clarice.

Para esse público, que ficou sem vacinar durante os últimos dois anos, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) vão elaborar um plano para que o esquema vacinal fique completo.

Além disso, de acordo com a gerente do PNI, em Goiás, diversos municípios já atuaram ativamente para buscar as crianças que precisam de algum imunizante.

“Os municípios têm trabalhado sim nesta busca ativa, indo nas casas, principalmente, para vacinar as crianças de acordo com as doses programadas para a sua idade”, explicou Clarice.

*Entrevista completa ao final do texto*

Multivacinação Infantil

A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

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