O midas das redes sociais

À frente da agência Eureka, o goiano Carlos Willian Leite é considerado um dos maiores especialistas em redes sociais no país

Um especialista de destaque em redes sociais, Carlos Willian Leite, ou Bula, como é conhecido no meio, poderia ser mais um grande nome do eixo Rio-São Paulo, ou representar alguma das maiores agências do país. No entanto, ele, na verdade, é uma personalidade de peso do cenário das redes sociais em Goiás. Recém-chegado do Uruguai, onde realizou uma série de ações publicitárias no Facebook para vinícolas do país vizinho, Carlos Willian conversou com a reportagem e contou um pouco do percurso que o fez ganhar destaque dentro e fora do país, atravessando fronteiras terrestres e virtuais.

À frente da Eureka, empresa que conta com outros dois sócios, o especialista é responsável por gerenciar aproximadamente 45 contas, entre políticos, governos, franquias e multinacionais. Os trabalhos começaram a ser oferecidos em 2012, e apenas um ano depois a Eureka já havia conquistado contas em todo o país. “Já de início, promovemos campanhas nacionais, por exemplo, de nomes expressivos da política brasileira. Embora também trabalhemos com empresas e governos, como foi o caso do convite no Uruguai, o nosso foco principal são políticos: governadores, senadores, deputados federais e prefeitos. Aproveitar um trabalho de rede social embrionário e transformar aquilo em algo grande, relevante, impactante”, explica Carlos Willian.

Influência nas eleições

A importância a qual se refere Carlos Willian foi atestada pelas redes sociais em 2012, quando as disputas eleitorais não foram travadas apenas nas urnas, mas também na internet. Apesar de não ser garantia de vitória, a presença em plataformas como Facebook, Twitter e Instagram são determinantes para influenciar eleitores sobre o voto. Para o ano que vem, a tendência deve se acentuar ainda mais. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), divulgada em junho, a Internet será o veículo mais decisivo para eleger um presidente em 2018. Para 56% dos eleitores entrevistados, as redes sociais terão algum grau de influência na escolha. Já para 36% essa influência será quase absoluta.

Pela primeira vez na história, as redes sociais empataram com veículos tradicionais, como TV e rádio, como grandes influenciadoras de uma eleição. Com a vantagem adicional de custarem bem menos. “Uma ação publicitária na televisão é mil vezes mais cara do que uma ação do Facebook. Com o Facebook você consegue atingir o mesmo público da TV pagando muito menos, e é isso o que a gente faz”, conta Carlos Willian. Além do menor preço, outra vantagem é a facilidade de direcionamento de conteúdo ao público desejado.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), divulgada em junho, a Internet será o veículo mais decisivo para eleger um presidente em 2018

O especialista revela ainda que com a utilização correta das dezenas de filtros que o Facebook oferece, é possível fazer com que uma publicação chegue a um determinado usuário de forma assertiva e influenciadora, fato que nem sempre ocorre com ações publicitárias de televisão, por exemplo. “Em um grande festival de música de Goiânia, no Estádio Serra Dourada, realizamos uma ação para uma empresa multinacional que atingia especificamente os participantes do evento. Todas as pessoas que abriam o Facebook dentro do estádio visualizavam a ação. O oposto também acontece, no Uruguai as ações foram voltadas para um público grande e diverso, em países como Itália, Espanha, Portugal e Eslovênia”, completa.

Estratégia

O sucesso nas campanhas das redes sociais não depende apenas do manejo correto das ferramentas, mas também de estratégia e planejamento. Para Carlos Willian, o primeiro passo deve ser sempre conhecer os objetivos do cliente e o que é necessário para que ele chegue a esses objetivos, pensando a curto e longo prazo. “A vida útil nas redes sociais é muito curta. Por isso, as estratégias devem ser continuadas, ou não haverá resultado em um período longo. Essa instantaneidade, entretanto, não deve ser confundida com o tempo que se leva para a construção de uma página idônea, porque ela demanda um tempo maior. Sem a utilização de robôs, que servem apenas para inflar a vaidade, não se consegue milhares de seguidores do dia para a noite”, afirma.

O especialista também lembra da necessidade de se aproveitar as várias possibilidades que as redes sociais oferecem. “Existem várias possibilidades de ação, desde um post simples, composto apenas por imagem e texto, até algo complexo e elaborado como a junção de várias linguagens em uma única ação. É necessário planejar e aproveitar as opções de acordo com o que se busca. Não se trata apenas de escrever qualquer texto, carregar uma imagem e clicar em um botão”, conclui.

*Jéssica Nazareth

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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