A Abin, sob o comando de Bolsonaro, não se restringia a vasculhar apenas os oponentes do regime fascista, mas também mirava os apoiadores do presidente. Em especial, os milionários que provavelmente eram explorados pelos integrantes do governo, que exigiam dossiês comprometedores dos mesmos. Essa prática questionável revela um nível de corrupção e abuso de poder alarmante, demonstrando como a máquina de espionagem do Estado estava sendo utilizada para benefício pessoal e político. Os ricaços ligados às milícias digitais parecem ter se tornado alvos de interesse para o Palácio do Planalto, que buscava obter informações para manipular e controlar esses indivíduos influentes.
As práticas obscuras da Abin paralela levantam questões sobre a transparência e a legalidade das ações do governo. O uso de agências de inteligência para espionar cidadãos e coletar dados sigilosos com o intuito de chantagear ou manipular terceiros é um abuso de poder que fere os princípios democráticos do país. As revelações sobre os dossiês da Abin expõem a fragilidade das instituições de segurança nacional e a falta de controle e supervisão sobre as atividades dessas agências, o que coloca em risco a privacidade e os direitos dos cidadãos.
Moisés Mendes traz à tona a preocupação com a invasão da privacidade e a violação dos direitos individuais perpetrada pelo governo e suas agências de espionagem. As milícias digitais, formadas por indivíduos influentes e poderosos, se tornaram alvos de interesse para manipulação e controle político, revelando a extensão dos métodos antiéticos utilizados pelo regime. A manipulação de informações e o uso indevido do aparato estatal para benefício pessoal são práticas que minam a democracia e a confiança na integridade das instituições públicas.
É fundamental que haja transparência e prestação de contas sobre as atividades da Abin e de outras agências de inteligência, a fim de evitar abusos e violações dos direitos fundamentais dos cidadãos. A investigação dos dossiês da Abin sobre os ricos das milícias digitais é um alerta sobre a necessidade de proteger a democracia e garantir que o Estado atue em conformidade com os princípios constitucionais e os valores éticos. A sociedade civil deve permanecer vigilante e exigir responsabilização por eventuais práticas ilegais e antiéticas por parte do governo e de suas instituições de segurança.