O pacto da família Bolsonaro e o desmoronamento da invencibilidade – Análise de Moisés Mendes

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A família Bolsonaro tinha feito um pacto antes da eleição de 2018, conforme revelou Eduardo em entrevista ao Globo, onde afirmou: ‘A gente fez um pacto. A gente não vai para a cadeia. A gente não vai cair nas mãos de Sergio Moro nem da Lava-Jato’. Na sequência, Eduardo declarou: ‘Se o partido colocar a faca no pescoço, o partido tal vota se tiver o ministério tal. Sinto muito, mas não vai ter’. O que se viu foi que Bolsonaro não sofreu nas mãos de Sergio Moro, mas Moro se tornou submisso a Bolsonaro, e, no fim, o centrão pressionou Bolsonaro. O pacto se mostrou furado, como a arrogante entrevista de Eduardo evidenciou, com sua visão superficial de poder e a crença de imunidade para a família. A entrevista ocorreu logo após a eleição de Bolsonaro em 1º de novembro de 2018, onde ele se apresentou como um porta-voz poderoso da família, afastando abordagens investigativas da imprensa sobre as questões obscuras que permeiam o grupo. Os Bolsonaros nutriam a certeza de uma permanência longa no poder, até mesmo em gerações futuras. A família acreditava que Bolsonaro faria um governo reformista, baseado em alianças no Congresso, além de mencionar as bancadas do agronegócio e da segurança. O final do governo testemunhou a queda de Onyx Lorenzoni, antes figura proeminente, sendo agora alijado do círculo de Bolsonaro e da extrema direita, tendo-se associado ao PP para manter-se relevante politicamente. O Bolsonaro moderado nunca veio à tona, e as desculpas de Eduardo por suas declarações golpistas foram logo esquecidas. O filho Eduardo decidiu mudar-se para os Estados Unidos para denegrir Alexandre de Moraes, enquanto Bolsonaro enfrenta problemas judiciais, e a família continua gerando polêmicas. O desfecho dos personagens de 2018 ainda está em curso, revelando que o pacto da família iludiu os Bolsonaros com a ideia de invencibilidade, apoiados pela leniência do sistema judicial, pela complacência da imprensa e os conchavos com Congresso e militares. O fracasso do pacto levou à prisão de Bolsonaro como líder de uma organização criminosa, resultado da incompetência e arrogância de seus filhos, que se julgavam intocáveis.

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