O que muda no Sisu 2024 com a nova Lei de Cotas

No mês passado, o presidente Lula sancionou a inclusão dos quilombolas na Lei de Cotas, garantindo reserva de vagas no ensino superior e técnico. Essas é mudanças já impactam o Sisu 2024, cujas inscrições irão da próxima segunda, 22, até quinta, 25, com 121.750 vagas destinadas a cotistas nesta edição.

As alterações no processo seletivo incluem a unificação do Sisu para 2024, sem uma segunda edição em junho. Desta vez, a classificação do candidato determinará se ingressará no primeiro ou segundo semestre.

A Lei de Cotas também passa por ajustes, vinculando a classificação inicial à nota do Enem 2023 para candidatos de grupos cotistas. Caso alcancem as notas da ampla concorrência, não utilizarão a cota.

A reserva de vagas continua proporcional à autodeclaração no estado, conforme o último Censo do IBGE. Após três anos, o Poder Executivo atualizará anualmente os percentuais de grupos cotistas.

Para instituições federais de ensino técnico nível médio, as novas regras são as mesmas quanto à competição inicial em ampla concorrência e a proporcionalidade de vagas reservadas de acordo com o número do grupo no estado (quantidade de pretos, pardos, indígenas e quilombolas, conforme o último Censo do IBGE).

Além das vagas reservadas a estes grupos pelo programa especial para o acesso a essas instituições, há também aquelas reservadas aos alunos que tenham cursado integralmente o ensino fundamental em escola pública.

Já em cursos de pós-graduação, a lei estabelece que as instituições federais de ensino superior devem, em sua autonomia, promover políticas de ações afirmativas para inclusão de pretos, pardos, indígenas e quilombolas e de pessoas com deficiência em seus programas, considerando a importância da diversidade para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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