O que se sabe e o que ainda é mistério sobre os buracos negros

Um lugar que é totalmente escuro, onde a força da gravidade é tão grande, que não deixa nem a luz escapar. Ela é engolida, assim como tudo o que chega perto demais, tudo que se aproxima do chamado “horizonte”, o ponto de não retorno. Assim são os buracos negros, que despertam medo, curiosidade e o empenho de cientistas ao redor do mundo. Apesar de todas as pesquisas e tecnologias, o que se passa dentro deles ainda é mistério.

“Crianças sempre perguntam o que acontece se você cai em um buraco negro, mas a gente não sabe também”, afirma o professor de astronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Rafael Santucci, que também é pesquisador no Planetário da instituição.

“Se fosse possível ficar na superfície de um buraco negro sem ser engolido e acender uma lanterna apontada para cima, a luz curvaria e atingiria o chão de novo. A gente não consegue dizer o que tem dentro deste horizonte escuro, porque nada consegue escapar dele”, continua o especialista.

A estrela morre, um buraco negro nasce

Primeira imagem do Sagitário A*, buraco negro do centro da Via Láctea, divulgada em maio. (Foto: Divulgação/EHT)

O buraco negro se forma quando muita matéria é reunida em um espaço proporcionalmente pequeno demais. Pegando o nosso Sol, que é uma estrela, como exemplo, caso ele se transformasse em um buraco negro, teria 1 Km de diâmetro. Para se ter uma ideia, o Sol tem 1,4 milhão de Km de diâmetro. Assim, toda a sua massa, a matéria que o forma, seria reunida em um espaço bem menor.

Nosso Sol não corre este risco, mas aconteceu com milhões de outras estrelas bem maiores que ele, com duas vezes mais material, chamadas de supermassivas. O processo todo acontece quando a estrela morre. “No núcleo dela, o combustível que gera energia para as explosões que emitem luz tem vida útil. Uma hora vai acabar. Neste momento, algumas estrelas têm tanta massa que este núcleo reativo implode e elas viram um buraco negro”, explica o professor da UFG.

O especialista conta ainda que, apesar do nome ter se popularizado, o resultado desta implosão não é exatamente um buraco. “É um corpo esférico e muito massivo, que tem uma força gravitacional tão grande, que tudo o que se aproxima não volta”, afirma.

De longe, não tem perigo

Para a população da Terra, não há perigo de ser “engolido” por um destes. “Os buracos negros não são tão comuns, mas logicamente espera-se que existam milhões na nossa galáxia. Temos cerca de 200 bilhões de estrelas na Via Láctea, então este número de buracos negros não é surpreendente”, conta o professor. “Eles têm fama de vilões porque chegar perto é um problema. Quanto mais perto, maior o problema em que você está”, brinca o especialista.

Voltando à imaginar o nosso Sol como exemplo, ainda que ele viesse a se transformar em um buraco negro, ele não atrairia a Terra. “O planeta esfriaria bastante, mas gravitacionalmente falando, não aconteceria absolutamente nada. A Terra continuaria girando ao redor deste ponto, como já gira hoje. O problema seria se aproximar demais, mas os buracos negros são raros e a gente não tem evidência de nenhum tão próximo da Terra”, conclui.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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