Lançado nesta nesta sexta-feira, 27, pela plataforma de streaming Amazon Prime Video, o aguardado longa-metragem “A Menina que Matou os Pais: A Confissão” encerra uma trilogia que mergulha em um dos crimes que mais chocaram o Brasil: o assassinato do casal Richthofen, ocorrido em 2002.
Ver essa foto no Instagram
Uma publicação compartilhada por Diário do Estado (@jornal_diariodoestado)
O elenco conta novamente com Carla Diaz no papel de Suzane von Richthofen, Allan Souza Lima como Cristian e Leonardo Bittencout interpretando Daniel, os irmãos Cravinhos. Bárbara Colen interpreta a Delegada Helena, líder das investigações que começa a questionar a veracidade da história apresentada pela filha das vítimas.
Esta produção representa a continuação de “O Menino que Matou Meus Pais” e “A Menina que Matou os Pais”, ambos lançados simultaneamente em 2021. Os dois primeiros filmes exploram a mesma história, revelando a origem do crime e o relacionamento entre os protagonistas, mas cada um a partir de perspectivas diferentes, com a narrativa alternando entre Suzane e Daniel.
Os dois filmes anteriores também estão disponíveis para streaming no catálogo do Prime Video. A trilogia é dirigida por Maurício Eça, responsável também pelos dois filmes anteriores, e o roteiro é da dupla Ilana Casoy e Raphael Montes, conhecida pela série “Bom Dia, Verônica”. Ilana é autora do livro “O Quinto Mandamento”, lançado em 2006, que desvenda todos os bastidores do caso.
A história é uma adaptação do caso do assassinato de Manfred e Marisa von Richthofen, encontrados mortos em sua casa na zona sul de São Paulo em outubro de 2002, vítimas de golpes na cabeça. De acordo com o relatório policial, o crime foi planejado por Suzane, na época com 18 anos, devido a conflitos com seus pais a respeito de seu relacionamento com Daniel.
Com a estreia, o roteirista Raphael Montes esclareceu rumores e notícias falsas circulando na internet. Em uma postagem no Instagram que não houve envolvimento dos assassinos ou de seus familiares na produção do filme. Ele enfatizou que “não houve contato entre a produção e Suzane von Richthofen, Daniel e Cristian Cravinhos nem seus familiares. Os envolvidos no caso não fazem parte nem contribuem para o filme.”
Verdades reveladas
Durante uma entrevista ao podcast “Vênus”, o membro do Instituto de Criminalística de São Paulo, Ricardo Salada, resumiu a situação ao dizer que “existiam muitas contradições”. Essa incerteza se refletiu nas reviravoltas do caso, levando à confissão de Suzane von Richthofen e dos irmãos Cravinhos, sete dias após a tragédia que chocou o país.
Ao contrário dos dois primeiros filmes, que ofereceram visões diferentes do crime por meio de narrativas de Suzane e de seu ex-namorado, Daniel, o novo filme se concentra no trabalho da polícia para desvendar o mistério. O enredo começa exatamente onde os filmes anteriores terminaram, após o assassinato dos Richthofen pelas mãos dos irmãos Cravinhos. Os espectadores testemunharão as tentativas do trio de criar álibis e escapar da justiça.
Baseado nos autos do processo e no livro “Casos de Família” da criminóloga Ilana Casoy, que é co-roteirista do filme, “A Menina que Matou os Pais – A Confissão” retrata situações notáveis que cativaram o público, incluindo o momento do enterro de Manfred e Marisia, quando o caso ainda era conhecido como “Crime do Brooklin”. As imagens capturadas por repórteres mostram Suzane von Richthofen chorando a morte de seus pais enquanto usa uma blusa curta, o que deixou os oficiais investigadores intrigados, um detalhe que passou despercebido pelo público na época.
A visita dos investigadores à mansão onde ocorreram os homicídios também é recriada no filme, destacando a presença de Suzane, que celebrava seu aniversário três dias após o crime. Sua atitude descontraída e indiferença à brutalidade do evento surpreendeu as autoridades, que a viram de biquíni e fumando.
A busca pelas confissões finais foi um ponto culminante da investigação. Os irmãos Cravinhos foram convocados após a Justiça ter conhecimento de que Cristian usou dinheiro roubado para comprar uma moto. Daniel e Suzane se juntam a ele, e a pressão policial resulta nas revelações dos três. Cristian foi o primeiro a cair, seguido por Daniel, que alegou ter agido em defesa de Suzane, vítima de abuso pelos pais.
O filme também retrata a saga da então herdeira dos Richthofen, que por muito tempo acreditou que não poderia ser incriminada. Sua jornada pelo sistema policial, sendo uma pessoa leiga, fornece um quadro vívido de uma situação angustiante.
O longa-metragem não se limita a retratar os envolvidos no caso, mas também destaca os esforços dos policiais, incluindo o perito Ricardo Salada, que desempenharam papéis cruciais. No entanto, algumas adaptações foram feitas, como a mudança do nome da delegada Cintia Tucunduva para Heloísa.
Embora o filme cubra a investigação e as confissões, ele deixa de fora o julgamento polêmico que ocorreu em 2006. Nesse julgamento, Suzane, Daniel e Cristian Cravinhos foram condenados. Suzane Von Richthofen recebeu uma pena de 39 anos e 6 meses, enquanto Daniel e Cristian foram sentenciados a 38 anos e 6 meses de prisão. O julgamento foi marcado por argumentos sobre coação moral irresistível e motivos para o crime.
Hoje, Suzane cumpre pena em regime aberto, após ter sua sentença revisada, definida em 34 anos e 4 meses, com previsão de término em fevereiro de 2038. O legado do caso Richthofen continua a intrigar e envolver o público, e o novo filme oferece uma visão fascinante desses eventos históricos.