OAB-GO pretende criar grupos para garantir que suspeito de matar advogado seja punido

Para acompanhar e aprofundar as investigações acerca da morte do advogado criminalista e primo do prefeito de Alexânia, Charlesman da Costa Silvano, de 37 anos, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) informou o interesse em criar um grupo. O objetivo seria garantir que o investigado seja devidamente punido, segundo o presidente Rafael Lara.

O suspeito de executar o advogado é Gilberto Gomes de Oliveira e foi preso em flagrante, mas teve a prisão convertida em preventiva, desde o último domingo, 13. Conforme investigado, o crime foi cometido depois que o homem descobriu que, enquanto estava preso, Charlesman teve um caso com a esposa dele.

A expectativa do presidente da OAB-GO é que o grupo seja criado nesta semana e deve atuar no estado todo, sendo composto por conselheiros, presidentes de subseções e advogados criminalistas, que acompanharão “de muito perto os inquéritos e processos penais”.

Relembre o caso

A polícia prendeu o homem suspeito de estar envolvido na morte a tiros do advogado Charlesman da Costa Silvano, 37 anos, que também era primo do prefeito de Alexânia, no Entorno do Distrito Federal (DF). O crime ocorreu na zona rural do município, neste sábado, 12.

De acordo com informações da Polícia Civil (PC), a detenção do suspeito ocorreu na mesma tarde, dentro de uma residência localizada no município. A ação de captura contou com a colaboração da Polícia Militar (PM).

No interior da residência, as autoridades encontraram duas motocicletas, juntamente com uma substância de coloração esbranquiçada, que será submetida a análises detalhadas na delegacia.

A PM comunicou à TV Anhanguera que outras pessoas suspeitas de envolvimento no crime também foram detidas. O falecido, que exercia a função de assessor jurídico da Prefeitura de Alexânia, será velado no Ginásio Municipal da cidade.

De acordo com relatos da polícia, testemunhas informaram que o advogado havia estacionado a caminhonete que dirigia em uma área rural. Poucos minutos depois, um indivíduo pilotando uma motocicleta vermelha aproximou-se do veículo e efetuou diversos disparos.

Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Polícia Militar (PM) e Polícia Técnico-Científica estiveram no local e conduziram perícia antes de remover o corpo para Águas Lindas.

Nota da OAB-GO

Em nota, a OAB-GO manifestou repúdio ao crime e informou as providências tomadas. O presidente da CDP, Alexandre Pimentel, e o presidente da subseção de Alexânia, Valdivino Clarindo Lima, acionaram todas as instâncias competentes, conforme a seccional diz em nota.

Ao mesmo tempo em que se solidariza com a família enlutada do colega, a Seccional Goiana, juntamente com a Comissão de Direito e Prerrogativas, e a Subseção de Alexânia informa à advocacia e à sociedade que comunicou a Secretaria de Segurança Pública, a Diretoria-Geral da Polícia Civil de Goiás e o Comando Geral da Polícia Militar de Goiás a respeito do crime e cobra o máximo de empenho e celeridade para os esclarecimentos necessários.

Segundo a OAB-GO, o advogado foi alvejado com sete tiros dentro do seu carro por um homem que estava em uma moto. O crime violento tem sinais de execução, conforme apurações preliminares da Polícia Civil.

É inaceitável que, um dia após o 11 de agosto – data em que se comemora a essencialidade da advocacia para o sistema social e de Justiça -, mais um colega tenha sido vítima de um crime bárbaro e carregado de extrema violência.

Atentar contra a vida de um advogado (a) representa atentar contra o Estado Democrático de Direito. Ceifar a vida de quem é responsável pelo direito de defesa significa um atentado contra a cidadania. Condutas bárbaras como essa devem ser exemplarmente coibidas e punidas para que o Estado de Direito e a cidadania prevaleçam.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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