O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve pedir ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e também ao Conselho da Justiça Federal o afastamento do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro, dos processos da chamada “lava jato” no estado. O motivo, segundo o advogado criminalista Nythalmar Dias Ferreira Filho, é que o juiz negociou penas, orientou advogados e combinou estratégias com o Ministério Público.
Nythalmar fez um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. As informações foram divulgadas pela Veja, que afirma que o advogado apresentou uma gravação na qual Bretas diz que vai “aliviar” acusações contra o empresário Fernando Cavendish, delator e que também chegou a ser preso pela “lava jato”.
Na transcrição da gravação, feita pela revista, Bretas diz: “Você pode falar que conversei com ele, com o Leo, que fizemos uma videoconferência lá, e o procurador me garantiu que aqui mantém o interesse, aqui não vai embarreirar”.
“E aí deixa comigo também que eu vou aliviar. Não vou botar 43 anos no cara. Cara tá assustado com os 43 anos”, afirma o juiz em outro trecho do diálogo. De acordo com a revista, Leo seria o procurador Leonardo Cardoso de Freitas, então coordenador da operação no Rio de Janeiro, e os “43 anos” são referentes à condenação do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, que gerou temor generalizado dos réus.