Obama fala de Lula em livro: “boatos de propina na casa dos bilhões”

O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama lança nesta terça-feira, 17, o seu livro “Uma Terra Prometida”. Na obra, Obama descreve o ex-presidente do Brasil, Lula, de maneira oposta àquela quando o chamou de “O cara”, em 2009.

O jornalista Pedro Bial, que entrevistou Barack, leu o trecho do livro em seu programa: “Ex-líder sindical grisalho e cativante, com uma passagem pela prisão por protestar contra o governo militar e eleito em 2002, tinha iniciado uma série de reformas que fez as taxas de crescimento no Brasil dispararem”.

Mas os elogios pararam por aí. Obama revela que à época, chegou a saber de boatos de corrupção que rondavam a figura do presidente brasileiro. “Constava também que ele tinha escrúpulos de um chefão de Tommany Hall (máfia) e circulavam boatos de clientelismo governamental, negócios por baixo do pano e propina na casa dos bilhões”, consta no livro de Obama.

Para Pedro Bial, Barack não quis responder se ainda o chamaria de “O cara”. Se limitou a dizer: “Na época eu não sabia de todos os relatos de corrupção. Quando ele (Lula) tirou as pessoas da pobreza naquela época, são coisas que não podem ser negadas”.

Imagem: White House/Pete Souza

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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