Uma pesquisa inédita revelou que a obesidade está mais relacionada ao sedentarismo do que à má alimentação. A frequência de atividade física dos brasileiros é considerada muito baixa para as autoridades em saúde. A população se limita a exercícios um dia por semana, em média, enquanto o recomendado é de pelo menos 150 minutos por dia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
As conclusões do trabalho conduzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) alertam para o risco de aumento da quantidade de adultos e idosos com problemas de peso. Embora os hábitos alimentarem pesem menos na fórmula que leva à obesidade, a ingestão de comida saudável é o principal fator para manter o peso.
“Estamos no início do processo de envelhecimento da população. Hoje, 13% da população tem mais de 65 anos; em 2060, esse porcentual será de 26%. E a tendência é que o IMC aumente ao longo da vida”, detalha um dos autores do estudo, o economista Márcio Holland.
De acordo com os pesquisadores, a atividade física reduz o apetite, aumenta a sensação de saciedade e mantém e/ou aumenta a taxa metabólica. A porcentagem de obesos que afirmam ter a rotina de se exercitarem é de 36% e a de pessoas com peso normal chega a 40%. A exposição prolongada a telas se torna um risco, principalmente entre as crianças. O sedentarismo também pode acarretar diabetes e câncer.
A pesquisa indicou que o consumo de alimentos como peixe, feijão, suco natural de frutas verduras, frutas e até de ultraprocessados não varia muito entre obesos e o público com Índice de Massa Corporal (IMC) – resultado da divisão do peso em quilo pela altura ao quadrado em metros – dentro a considerada ideal, que fica entre 18 e 25.
Os resultados foram obtidos pelo cruzamento de dados da Pesquisa Nacional em Saúde (PNS) e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, 60% dos brasileiros apresentam sobrepeso e obesidade.
Outro levantamento indicou que o sedentarismo causa mais prejuízos à saúde do homem comparada ao impacto nas mulheres. Cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Missouri identificaram que o fluxo sanguíneo nas pernas e o sistema cardiovascular ficam mais comprometidos neles.