O setor Madre Germana 2, em Goiânia, caiu no esquecimento da prefeitura, segundo os moradores. Isso porque o bairro conta com pelo menos três obras abandonadas orçadas em cerca de R$ 5 milhões: uma escola, um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) e uma praça. Em entrevista ao Diário do Estado, o líder comunitário, Miguel Veloso, explicou que as construções tiveram inicio em 2019 e seriam entregues em setembro do ano seguinte. Porém, as obras não foram concluídas e agora sofrem com o vandalismo.
“Os materiais de construção que ficaram nas obras foram roubados há alguns meses. Tanto a escola quando o CMEI e a praça ficam no mesmo terreno. Desde que foram abandonadas a população vem tentamos cobrar a conclusão dos trabalhos, mas os nossos pedidos não foram atendidos. Agora o local virou um ponto de encontro para vândalos que tem destruído o que já foi feito”.
Mesmo estando no mesmo terreno, os projetos são de autoria de diferentes órgãos. O CMEI, por exemplo, é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia (SME). Já as obras da escola e da praça são movidas pela Agência Goiana de Habitação (AGEHAB).
“A população precisa dessas construções concluídas. Muitas mães não tem onde deixar os filhos para trabalhar e aqui temos um CMEI e uma escola que são saiu do papel. Além disse, há também a praça que seria um lugar de lazer e convivência para a população. O setor necessita desse tipo de infraestrutura, mas as construções viraram um moco para bandidos”.
Falta de verba
Para o líder comunitário, as obras não passaram de uma promessa feita nas eleições que foi abandonada por falta de verba. Ele diz que a construção de obras voltadas ao lazer e educação na região sempre foram cogitadas por políticos em anos eleitorais, mas que após as eleições as promessas não eram cumpridas. Porém, ao inicio dos trabalhos, Miguel diz que a população ficou esperançosa, mas se decepcionou com a paralização dos trabalhos por falta de verba do Governo Federal.
Ainda de acordo com o Miguel, o local também trouxe insegurança para a população por conta do mato alto e a ação de vândalos e usuários de droga. Durante o período noturno, o local é usado como “moco”, causando pavor na população que precisa passar ou mora nas proximidades das obras.
“O local tem sido tomado pelo mato e os vândalos e usuários de drogas tem aproveitado o abandonado da prefeitura para roubar algumas coisas que foram deixadas no local. Alguns contêineres que são uma espécie de sala que já vem completa foram arrombados e o que tinha dentro foi roubado, como os ar condicionados. Fora que as portas, janelas e muros foram destruídos”, concluiu.
Nota AGEHAB
“Em 2020, foram iniciadas as obras do CMEI e escola no Madre Germana 2, em Goiânia, em parceria com o governo federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), cujo agente aplicador dos recursos é a Caixa Econômica Federal. Além do CMEI e da escola, o projeto prevê entrega de praça, no valor original total soma pouco mais de R$ 5 milhões.
Ocorre que a Construtora Ricco, licitada para a realizar a obra, passou a ter de esperar prazos muito longos para os repasses do governo federal, por intermédio da Caixa, o que inviabilizou a continuidade da obra. Em 2021, diante da situação, o Governo de Goiás decidiu que arcaria com o custo total da obra, para não prejudicar a necessidade da comunidade do Madre Germana 2. Sob nova gestão desde setembro, a Agehab preparou o processo para assumir o custeio, com assinando em dezembro de 2021 um novo aditivo no contrato construtora.
Vencidos os trâmites legais e de prestação de documentos por parte da construtora à Agehab, a previsão é que as obras tanto do CMEI quanto da escola e da praça sejam retomadas até abril com previsão de conclusão ainda neste ano”.
Nota SME de Aparecida de Goiânia
“A SME Goiânia informa que a escola do Madre Germana está sendo construída pelo Estado. Sobre o Cmei, a pasta informa que o projeto, incialmente, também era responsabilidade do Governo de Goiás. Entretanto, a SME assumiu a unidade com a instalação de Ambientes de Rápida Implantação. Neste momento, a pasta trabalha na finalização da cobertura do Cmei. A previsão é de que as adequações sejam finalizadas já no início deste semestre”.