Obras de infraestrutura de Goiás atraem grandes empresas da China

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De olho no aumento dos investimentos em infraestrutura do Governo de Goiás, empresas tratadas como gigantes chinesas podem desembarcar no estado. Os diretores das maiores companhias de obras sediadas no país asiático conheceram os projetos estruturantes de Goiás em uma reunião com integrantes da missão goiana na China, liderada pelo vice-governador Daniel Vilela.

A disposição das empresas chinesas em atuar em solo goiano foi demonstrada no encontro do vice-governador de Goiás, Daniel Vilela, nesta de terça-feira, 13. O primeiro compromisso do segundo dia da missão internacional goiana no país foi uma reunião com dirigentes da China Railway Group Limited (Crec4), reconhecida por grandes obras de engenharia com destaque no setor de habitação.

Daniel Vilela expôs aos empresários informações sobre o programa de habitação do Governo do Estado, o Pra Ter Onde Morar. O vice-governador citou o déficit habitacional que há no Brasil e a importância da atuação conjunta do setor público e privado para ofertar moradia de qualidade e com custo acessível. “Sabemos da experiência que os chineses têm em atuar neste setor, trazendo eficiência e qualidade nas construções em um curto espaço de tempo. Acreditamos que Goiás pode receber os investimentos privados que vão se somar as ações que já são empenhadas pelo governador Ronaldo Caiado”, afirmou ao vice-presidente da Crec4, ZhouFangyuan.

Na segunda agenda do dia, a comitiva foi recebida pela diretoria da companhia China Communications Construction Company (CCCC). A empresa, que é majoritariamente estatal, é especializada na construção de instalações de infraestrutura e ocupa espaço de liderança mundial em projeto e construção de estradas, pontes, ferrovias, metrôs, aeroportos e outras instalações de infraestrutura de transporte. Está representada em 139 países, incluindo o Brasil.

Daniel Vilela mostrou projetos que envolvem estradas e logística, e destacou que a experiência da empresa tem muito a somar aos planos de infraestrutura do estado. “O Governo de Goiás prepara um investimento em torno de R$ 10 bilhões, ao longo dos próximos anos. Estamos estruturando a carteira com grandes projetos para serem atrativos a grandes empresas, que tenham know-how, como a CCCC”, disse.

O vice-governador revelou aos empresários que o Governo do Estado prepara a contratação de empresas para reconstruir 3 mil quilômetros de rodovias, além de duplicar 400 quilômetros de estradas estaduais. Ele lembrou ainda que há obras federais significativas em solo goiano e que elas vão contar com misto de investimentos privados e públicos.

Além da ampla perspectiva de investimentos em infraestrutura, também chamou atenção dos empresários chineses o compromisso do Governo de Goiás com a responsabilidade fiscal. Daniel Vilela ressaltou que a determinação da atual gestão é de que as obras só sejam iniciadas quando há todo o recurso financeiro em caixa. “Temos um governo equilibrado no setor fiscal, com recursos provisionados e com ambiente positivo de negócios”, garantiu.

Missão

A missão em terras chinesas terá duração de 14 dias, com retorno previsto para o dia 22 de junho. Entre os participantes da comitiva estão o presidente-executivo da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial de Goiás (ADIAL), Edwal Portilho Tchequinho, o presidente da Associação Comercial de Goiás (Acieg), Rubens Fileti, o representante da Assembleia Legislativa de Goiás, o deputado estadual Veter Martins e representantes do governo e municípios.

Para a próxima quarta-feira, dia 14, a agenda será na cidade de Zhengzhou, um dos berços da civilização chinesa e reconhecida pelo seu forte apelo histórico e cultural. A comitiva terá pela manhã uma rodada de negociações com empresários locais. Na cidade vizinha de Luoyang, haverá uma reunião na fábrica da YTO e também a participação em um seminário com os empresários da região.

 

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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