Obras do BRT devem retomar em setembro, mas sem previsão de funcionamento

A retomada das obras do trecho 1 do BRT, entre o Terminal Cruzeiro, em Aparecida de Goiânia e o Terminal Isidória, no Setor Pedro Ludovico em Goiânia, não acontecerá antes de setembro deste ano. Isso porque, com a desistência do Consórcio Corredor Norte-Sul composto pelas empresas GAE, JM e Sobrado, em dezembro do ano passado, uma nova licitação terá de ser feita. O consórcio desistiu do contrato após finalizar apenas 8% da obra alegando impossibilidade de continuar o trabalho depois do aumento dos insumos da construção civil, principalmente do asfalto, cimento e aço.

De acordo com a assessoria da Seinfra, atualmente está em fase final de análise a rescisão do contrato. Depois será feita a revisão dos projetos e atualização do orçamento da obra, para a realização de uma nova licitação, com previsão de contratação da empresa para setembro deste ano. O trecho 1 tem orçamento de R$ 87,4 milhões, sendo R$ 70 milhões por meio do Orçamento Geral da União. O  restante será via financiamento a ser pago pela Prefeitura de Goiânia. O consórcio havia arrematado a obra, em processo realizado entre fevereiro e maio de 2020, por R$ 67,6 milhões.

Obra do trecho 1 do BRT, em Goiânia. (Foto: Walter Peixoto)

Já em relação ao trecho 2, que vai do Terminal Isidória ao Terminal Recanto do Bosque, a Prefeitura de Goiânia informou ao Diário de Estado que as obras estão em andamento. Na Praça Cívica, no Centro, acontece a execução do pavimento rígido (concreto) ligando o anel interno da praça até a Avenida Goiás e implantação de meios-fios. A liberação do tráfego de veículos está prevista para maio e a conclusão das estações de embarque e desembarque – quatro no total – está prevista para julho e, na Avenida Goiás, para setembro deste ano. O Viaduto Perimetral está em fase final de pavimentação e deve ser concluído em maio.

Já o Terminal Perimetral está em fase de acabamento das obras civis e implantação de sinalização viária. Os terminais Isidória e Rodoviária já estão com os serviços da Seinfra concluídos e seguem com os ajustes da Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sictec). O terminal Recanto do Bosque está pronto e em operação.

A entrega do trecho 2 estava prevista para ser entregue à população no aniversário de Goiânia no ano passado, mas as chuvas intensas que ocorreram durante o mês de outubro atrasaram a conclusão e causaram danos estruturais no viaduto. Segundo a Prefeitura de Goiânia, a CMTC está se preparando para a operação do transporte, mas ainda não há uma data marcada sobre o início do funcionamento do BRT.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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