Oficina de Escrita Criativa traz grandes nomes da literatura nacional a Goiânia

A União Brasileira de Escritores (UBE) — Seção Goiás promove a terceira edição da Oficina de Escrita Criativa, que ocorre entre os dias 19 de agosto a 25 de novembro, em Goiânia. O evento oferece palestras e atividades gratuitas com escritores, críticos literários e tradutores de renome nacional. As oficinas ocorrem sempre aos sábados, das 9h às 12h e 14h às 17h, na sede da UBE-GO, localizada no Setor Central. A intenção é incentivar produções literárias de qualidade, além de difundir o conhecimento literário.

A primeira edição, realizada em 2014, contou com seis encontros. Neste ano, a previsão é de que sejam realizadas oito oficinas. De acordo com o presidente da UBE-GO, Edival Lourenço, o evento — que é resultado de uma parceria entre a Ipê Produções Artísticas e Culturais e a Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte (Seduce-GO) – promove o convívio de gerações, a integração entre os autores locais e nacionais e estabelece uma rede de conhecimentos para os escritores goianos.

“A série de oficinas dissemina em nosso meio a consciência de que a atividade requer estudo e disciplina, afastando a ideia simplória de que basta nascer com o dom da arte para poder realizá-la. Este ano teremos um time de oficineiros de primeira grandeza: Aidenor Aires, Cássia Fernandes, Jamessom Buarque, Cíntia Moscovich, Marcelo Mirisola, Ricardo Chacal, Jaques Fux e Reinaldo Moraes”, explica.

Os interessados devem se inscrever exclusivamente pelo site www.ubeoficinas.com.br. As vagas são limitadas.


Primeira atração

No primeiro encontro, que ocorre neste sábado, dia 19, a convidada é a jornalista, escritora e mestre em Teoria Literária Cintia Moscovich. Cintia se destaca como uma das maiores escritoras da literatura brasileira da contemporaneidade. Além do Brasil, ela possui livros publicados na Espanha e Itália. Entre as suas obras de destaque estão: “Reino das Cebolas”; “Anotações Durante o Incêndio”; “Arquitetura do Arco-Íris”; “Essa Coisa Brilhante que é a Chuva”.

A escritora coleciona uma série de prêmios literários, como o prêmio Jabuti; Portugal Telecom; Clarice Lispector, da Fundação Biblioteca Nacional; e o Concurso de Contos Guimarães Rosa, do Departamento de Línguas Ibéricas da Radio France Internationale, de Paris. Durante a oficina, ela abordará o tema “Como lutar contra os clichês e como construir narrativas curtas originais”.

Confira a programação completa:

19 de agosto
Como lutar contra os clichês e como construir narrativas curtas originais

Cintia Moscovich é escritora, jornalista, mestre em Teoria Literária e ministrante de laboratórios de escrita. Autora de oito livros individuais, mereceu os prêmios Jabuti, o Portugal Telecom e o Clarice Lispector, da Fundação Biblioteca Nacional. Entre seus principais livros, destacam-se: “Reino das Cebolas”; “Anotações Durante o Incêndio”; “Arquitetura do Arco-Íris”; “Essa Coisa Brilhante que é a Chuva”.

2 de setembro
As várias literaturas, um só fenômeno

Jamesson Buarque é doutor e pós-doutor em Estudos Literários. Vencedor da Bolsa de Criação FUNARTE com o livro “Outra Troia”; do Prêmio Vertentes da UFG com o livro “Novíssimo Testamento”; e do Prêmio Goyazes pelo conjunto da obra, que também inclui os livros “Pluviário Perpétuo” e “Meditações”. Atua como docente da área de Teoria e Crítica da Literatura da UFG, onde desenvolve pesquisa sobre autoria e criação poética.

16 de setembro
Para onde caminha a literatura brasileira

Marcelo Mirisola é autor de romances, contos, crônicas, resenhista e dramaturgo. Tem 51 anos, paulistano radicado no Rio de Janeiro, colaborador do jornal “Folha de São Paulo” e do site “Congresso em Foco”. Entre seus principais livros, destacam-se: “O Azul do Filho Morto”; “Joana a Contragosto”; “Hosana na Sarjeta”; “Paisagem sem Reboco”; A Vida Não Tem Cura”.

30 de setembro
A literatura da província como laboratório de criatividade

Cássia Fernandes é graduada em Jornalismo e Letras, e pós-graduada em Cinema. É autora do romance “Cartas Que Não te Escrevi”, do livro de poesia “Almofariz do Tempo”, e do audiolivro e e-book “Abracadabras: Crio Enquanto Falo”. Publica crônicas no jornal “O Popular”. É fundadora e diretora de La Lumière — A Casa de Todas as Histórias, onde faz roteiro e produção de vídeos.

14 de outubro
A permanência da poesia como essência da vida civilizada

Aidenor Aires é poeta, contista, ensaísta e cronista. Formado em Letras e Direito. Professor de Literatura, Advogado e Promotor de Justiça. Ganhador dos prêmios Fernando Chinaglia, 1978, e Bienal Nestlé, 1986. Entre seus principais livros, destacam-se “Amaragrei”; “Aprendiz de Desencantos”; “Via Viator”; “Os Deuses são Pássaros do Vento”.

28 de outubro
Literatura marginal transformou-se em literatura oficial?

Ricardo de Carvalho Duarte (Chacal) é poeta, escritor, performer e produtor cultural. Tem 15 livros publicados e parcerias musicais com nomes da MPB e do Rock como Blitz, Lulu Santos, Barão Vermelho, 14 Bis, Fernanda Abreu, Arnaldo Brandão, Jards Macalé e Moraes Moreira. Entre seus principais livros, destacam-se: “Letra Elétrika”; “A Vida é Curta pra ser Pequena”; “Tudo e Mais um Pouco”.


11 de novembro

Literatura, testemunho, memória e ficção

Jacques Fux é doutor e pós-doutor em Literatura. Vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura com o livro “Antiterapias” e vencedor do Prêmio Capes de Melhor Tese de Letras/Linguística do Brasil. Pesquisador Visitante na Universidade de Harvard. Autor dos romances “Brochadas: Confissões Sexuais de um Jovem Escritor”; e “Meshugá: um Romance Sobre a Loucura”.

25 de novembro
Literatura em Construção

Reinaldo Moraes é um escritor, roteirista, cronista e tradutor. Estreou na literatura em 1981 com o romance “Tanto Faz”. Depois de 17 anos sem publicar, voltou em 2003 com o romance de aventuras “Órbita dos Caracóis”. Em 2009, publicou “Pornopopeia”, considerado pela crítica um dos livros mais importantes publicados no Brasil nas últimas décadas.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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