Oito pessoas são presas por pesca predatória, fraude e lavagem de dinheiro

Nesta terça-feira, 19, oito pessoas foram presas preventivamente e mais quatro, em flagrante por suspeita de pesca predatória, fraude fiscal e lavagem de dinheiro. A Polícia cumpriu mais de 20 ordens judiciais, entre mandados de buscas e prisões preventivas cumpridas em três estados além de Goiás: Mato Grosso, Rondônia e Acre.

As prisões ocorreram no âmbito da Operação “Fishing Company” cujas investigações começaram no final do ano passado, para fiscalizar as peixarias e conveniências do município de Aragarças, na região sudoeste de Goiás.

A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) descobriu que empreendimentos dos integrantes do grupo criminoso comercializavam pescado de origem predatória, com peixes capturados com redes de malha de tamanho proibido e espécies proibidas. Além disso, a emissão das notas fiscais era feita por empresas localizadas em Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC).

Em Rondônia e Acre, as autoridades de lá constataram que as empresas que emitiam as notas fiscais não existiam de fato, apenas no papel, configurando a fraude fiscal, pois as notas forjavam a origem lícita dos produtos comercializados.

A Polícia Civil descobriu ainda que o grupo fazia transações financeiras de alto valor entre si, alguns superiores a R$ 2 milhões. Após a prisão, o suspeitos vão responder por associação criminosa por praticar os crimes de pesca predatória, fraude fiscal, duplicata simulada e lavagem de dinheiro.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp