Olavo de Carvalho foge do Brasil, após intimação da PF

Olavo de Carvalho foge do Brasil, após intimação da PF

Intimado pela Polícia Federal no último dia 9, o filósofo e guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho deixou o Brasil às escondidas antes de prestar seu depoimento no inquérito que apura a existência de uma milícia digital voltada a desacreditar a democracia e as instituições.

Sua defesa informou aos investigadores que o filósofo ainda estava em tratamento de saúde. Ele veio ao Brasil no início de julho para dar continuidade aos cuidados iniciados nos EUA, onde mora.

Entretanto, dias após a intimação, ele deixou o Brasil e na terça (16) gravou um vídeo em sua casa no EUA em que informou ter retornado ”de forma repentina”.

“Eu estava no hospital e me ofereceram um voo repentino para dali a 15 minutos. Eu não ia perder essa oportunidade”, disse em vídeo gravado já nos EUA.

No vídeo, Olavo diz que a ”coisa foi tão rápida” que não deu para se despedir dos médicos e enfermeiros do hospital onde estava internado.

”O pessoal chama de saída à francesa”, disse.

Na versão do guru bolsonarista, a saída do país ”não foi escondida de ninguém”, mas, sim, porque disseram a ele que ”ou embarca agora ou não tem outro voo”.

Essa foi a segunda tentativa da PF de interrogar o filósofo. Em agosto ele foi intimado e sua defesa também se valeu com o argumento do tratamento médico para evitar o depoimento.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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