Para diplomatas, a solução para o “tarifaço” imposto pelos EUA poderia ser a Organização Mundial do Comércio (OMC). Entretanto, lamentavelmente, a entidade encontra-se paralisada devido à falta de nomeação de juízes, o que acaba por comprometer as negociações entre os países. A avaliação é de que o presidente americano, Donald Trump, sai fortalecido diante desse cenário de inatividade da OMC.
O governo dos Estados Unidos tem adotado medidas como sobretaxas a produtos estrangeiros com o objetivo de proteger os produtores locais. Especialistas alertam que essa postura pode sofrer alterações quando os efeitos negativos começarem a afetar a população residente no país. O aço brasileiro, por exemplo, é um dos setores que tende a ser severamente impactado pelas medidas anunciadas por Trump.
Com a falta de juízes na OMC para mediar as controvérsias comerciais, países como o Brasil se veem sem muitas alternativas diante do “tarifaço” e da crescente escalada de tensões comerciais internacionais. A imprevisibilidade desencadeada pelas ações do presidente dos EUA cria um cenário de incerteza global, elevando a preocupação dos especialistas quanto aos desdobramentos dessa guerra comercial.
Um ex-diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, compartilha receios em relação à escalada das medidas a serem tomadas nas próximas semanas, destacando a necessidade urgente de encontrar soluções políticas para conter os impactos negativos sobre o comércio internacional. A imprevisibilidade gerada pela atuação de Trump é vista como um desafio sem precedentes, capaz de comprometer não apenas as relações comerciais, mas também a estabilidade econômica mundial.
Diplomatas acreditam que, se a inflação nos Estados Unidos aumentar em decorrência dos preços mais altos provocados pelas políticas protecionistas, Trump poderá ser pressionado a rever suas decisões. No entanto, a paralisia da OMC em meio a essa disputa comercial intensifica a sensação de que as negociações internacionais estão à mercê dos interesses unilaterais dos países envolvidos.
A incerteza sobre os desdobramentos das medidas comerciais anunciadas por Trump gera um clima de tensão e preocupação entre os países afetados. A ausência de um mecanismo internacional eficaz para arbitrar essas disputas deixa uma lacuna que pode resultar em uma “guerra comercial” de proporções ainda maiores, dependendo de como o presidente americano irá reagir a essas pressões.
Neste contexto, a falta de clareza e regras bem definidas para o comércio internacional acaba por aumentar a fragmentação e as instabilidades econômicas globais. As barreiras comerciais impostas pelos EUA, aliadas à intransigência de Trump e à falta de uma mediação efetiva da OMC, contribuem para a instabilidade nos mercados e a incerteza quanto ao futuro das relações comerciais internacionais. A pressão continua sobre os países para encontrarem saídas políticas e econômicas que possam mitigar os impactos negativos desse cenário de imprevisibilidade e incertezas.
