Ômicron representa risco elevado, mas há dúvidas sobre potencial de danos, diz OMS

Ômicron

A Organização Mundial de Saúde (OMS) advertiu, nesta segunda-feira (29), que a variante Ômicron do coronavírus representa um alto risco para o planeta. A organização também afirmou que há muitas dúvidas sobre a variante, especialmente sobre o perigo que representa.

“Até o momento não se registrou nenhuma morte associada à variante ômicron”, afirmou a OMS em um documento técnico.

Desde a semana passada, países têm suspendido voos vindos de países africanos na tentativa de frear a disseminação da variante, que já foi confirmada em todos os continentes. A OMS aumentou a lista de países nos quais a variante foi detectada após os primeiros casos no sul da África, em novembro.

“Dadas as mutações que poderiam conferir a capacidade de escapar de uma resposta imune e dar-lhe uma vantagem em termos de transmissibilidade, a probabilidade de que a ômicron se propague pelo mundo é elevada”, afirma a organização.

No entanto, a variante tem várias questões que ainda não foram resolvidas: como o nível de contágio, e se está é inerente às mutações constatadas ou ao fato de a variante escapar da resposta imune; o nível de proteção das vacinas contra a Covid já existentes e a gravidade da doença, ou seja, se a variante causa sintomas mais graves que outras.

Variante chegou a todos os continentes

A variante Ômicron foi descoberta na África do Sul e já se espalhou por todos os continentes do mundo. Nas Américas, o Canadá foi o primeiro país a confirma duas infecções na província de Ontário. Ao todo, mais de dez países já informaram a presença da cepa na população.

No Brasil, ainda não se tem ideia se a variante já está presente no país. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, neste domingo (28), que um caso positivo de Covid-19 foi identificado em um passageiro brasileiro com passagem pela África do Sul. Ele desembarcou no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, neste sábado (27). Ainda não há confirmação que o caso seja da variante Ômicron.

A rede de saúde ainda vai realizar o sequenciamento genético para identificar o vírus. O procedimento deve ser concluído nesta segunda (29). O passageiro, que estava em um voo da Ethiopian Airlines, está em isolamento e já havia sido vacinado.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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