A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou na segunda-feira, 17, para a interrupção do fornecimento de tratamentos contra o HIV em oito países, como resultado da decisão do governo Trump de suspender a ajuda externa dos Estados Unidos. Segundo a OMS, o Haiti, Quênia, Lesoto, Sudão do Sul, Burkina Faso, Mali, Nigéria e Ucrânia correm o risco de ficar sem os medicamentos essenciais nos próximos meses.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, afirmou que as interrupções podem reverter duas décadas de avanços no combate ao HIV, com a possibilidade de mais de 10 milhões de novos casos e três milhões de mortes relacionadas ao HIV. A pausa na ajuda externa dos EUA afetou significativamente os esforços de combate a doenças como HIV, poliomielite, malária e tuberculose, além de impactar a Rede Global de Laboratórios de Sarampo e Rubéola, que está prestes a ser paralisada.
A OMS enfatizou que os EUA têm a responsabilidade de garantir uma retirada de apoio ordenada e humana, para permitir que os países afetados encontrem fontes alternativas de financiamento. A escassez de recursos também pode resultar no fechamento de 80% dos serviços de saúde essenciais apoiados pela organização no Afeganistão. Além disso, a retirada dos EUA da OMS levou a agência a congelar contratações e iniciar cortes em seu orçamento.
Em relação ao financiamento, a OMS anunciou que reduzirá sua meta para operações de emergência de US$ 1,2 bilhão para US$ 872 milhões no período orçamentário de 2026-2027.