OMS confirma surto de Marburg, um dos vírus mais letais do mundo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou o surto do vírus de Marburg, um dos mais letais do mundo, na Guiné Equatorial, na África Central, nesta segunda-feira, 14. O vírus é da mesma família do Ebola e já matou nove pessoas e 16 casos são investigados como suspeitos. De acordo com o Ministério da Saúde da Guiné Equatorial, a doença foi confirmada por meio de amostras enviadas para análise no Senegal.

A organização obrigou o país africano a declarar estado de alerta sanitário. A transmissão da variante para os humanos é por meio de morcegos frugívoros. Entre os humanos se espalha através de contato direto com os fluidos corporais de pessoas, superfícies e materiais infectados, reporta a OMS.

“O virus de Marburg é altamente contagioso. Graças à ação rápida e decisiva das autoridades da Guiné Equatorial na confirmação da doença, a resposta de emergência pode chegar rapidamente para salvar vidas e parar o vírus o mais rapidamente possível”, disse Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para África em nota.

Por enquanto, não existem vacinas ou tratamentos antivirais. Segundo a OMS, reidratação com fluidos orais, intravenosos e o tratamento de sintomas específicos podem aliviar os sintomas e aumentar as chances de sobrevivência do paciente.

Vírus de Marburg

O vírus de Marburg ou vírus de Marburgo tem esse nome após ser documentado pela primeira vez em 1967 nas cidades alemãs de Marburg e Frankfurt am Main e na cidade sérvia de Belgrado, onde 31 pessoas adoeceram, devido ao contágio do agente.

Quais os sintomas da doença de Marburg?

  • Febre hemorrágica;
  • Febre alta;
  • Dor de cabeça;
  • Dores no peito;
  • Dores musculares;
  • Vômitos;
  • Dores abdominais;
  • Diarreia;
  • Mal-estar intenso.

 

 

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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