Última atualização 23/07/2022 | 15:07
A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou situação de emergência global por Monkeypox, conhecida popularmente como varíola dos macacos. A decisão foi divulgada neste sábado, 23, em virtude do avanço da doença pelo mundo.
A decisão foi estabelecida depois de várias reuniões do Comitê de Emergência da OMS. E mesmo com nove cientistas se posicionando contra a declaração, e apenas seis declarações de apoio, a cúpula do órgão decidiu anunciar a emergência global.
O objetivo da declaração é reforçar mecanismos de busca ativa de casos e implementar medidas para conter a circulação global do vírus. O primeiro alerta sanitário internacional foi feito pelo Reino Unido, em maio de 2022, e desde então os casos têm crescido em países como na Espanha, Alemanha, Portugal, França, Canadá, Holanda e Estados Unidos. A doença que já está em 75 países, com mais de 16 mil casos e cinco mortes.
Brasil e Goiás
No Brasil, o Ministério da Saúde informa que 607 casos foram identificados. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) o estado já tem 12 confirmações da varíola dos macacos (monkeypox). Ao todo são 9 infectados em Goiânia, 2 em Aparecida de Goiânia e um em Inhumas.
Todos os casos confirmados de monkeypox são de homens entre 26 e 43 anos. Há ainda, outros 16 casos suspeitos sob investigação, sendo 12 na Capital e outros 4 em Trindade, Itaberaí, Valparaíso e Formosa.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, declarou preocupação com a disseminação da varíola do macaco.
“Isso vai mobilizar o mundo e forçar uma coordenação no mundo”.
Pedindo que os países colaborem e compartilhem informações, a OMS fez apelo para que governos e fabricantes trabalhem juntos para atingir as metas globais de saúde pública, “garantindo que as populações afetadas recebam contramedidas médicas para a varíola do macaco e que as mesmas sejam utilizadas através de pesquisas padronizadas e coleta de dados para avaliação adicional da eficácia clínica da terapêutica e avaliações da eficácia da vacina”.
Uma das grandes preocupações da OMS é que a doença possa ampliar o estigma em relação a um grupo específico da população. Sendo que mais de 90% dos infectados são homens que têm relações sexuais com homens.
“O surto pode ser parado. Mas o estigma é tão perigoso quanto o vírus”, disse Tedros.
Outra preocupação é a falta de vacinas. Isso porque o volume de doses é limitado e a OMS admite que a eficácia dos imunizantes é limitada. No caso da Europa, Tedros considera que o surto representa um ‘risco elevado’ e ‘moderado’ para o resto do mundo.
“Temos um surto que se espalhou pelo mundo rapidamente, através de novos modos de transmissão, sobre os quais entendemos muito pouco. Por todas estas razões, decidi que o surto global de varíola macaco representa uma emergência de saúde pública”, afirma o diretor da OMS.
Medidas de proteção
Para os locais onde existe transmissão de humano para humano, a sugestão de Tedros é que medidas sejam coordenadas para interromper a transmissão e proteger os grupos vulneráveis.
Além de envolver e proteger as comunidades afetadas, intensificar a vigilância e as medidas de saúde pública, fortalecer a gestão clínica, prevenção e controle de infecções em hospitais e clínicas.
Trecho da nota do Ministério da Saúde
“A pasta informa que os testes para diagnóstico estão disponíveis para toda a população que se enquadre na definição de casos suspeitos para varíola dos macacos, sendo atualmente realizados em quatro laboratórios de referência no país. Além disso, o Brasil capacitou países das Américas para a realização de diagnóstico laboratorial. O Ministério da Saúde também tem articulado com a OMS as tratativas para aquisição da vacina varíola dos macacos, de forma que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) possa definir a estratégia de imunização para o Brasil. Com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde, o Brasil está preparado para enfrentar a varíola dos macacos”.