ONG resgata 29 gatos ariscos do aeroporto de Congonhas

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ONG resgata 29 gatos que viviam em colônia no Aeroporto de Congonhas

Os gatos eram cuidados por funcionários de uma companhia aérea no aeroporto, porém precisarem ser realocados por uma obra no local

São Paulo — Uma organização não governamental de adoção e proteção animal resgatou 29 gatos que viviam há anos em colônias em uma área operacional do Aeroporto de Congonhas na zona sul de São Paulo. Os felinos, que eram alimentados e cuidados por funcionários de uma empresa aérea, precisaram ser realocados devido à construção de um novo terminal no local.

Além de receberem o cuidado e amor dos funcionários, os animais eram supervisionados pela ONG Confraria dos Miados e Latidos, responsável pelo controle populacional dos felinos no espaço do aeroporto. Por conviverem há muito tempo sem contato humano, em praças, parques e outras áreas abertas, os gatos apresentam comportamento arisco e devem ser castrados para viverem livres.

Ao DE, Adriana Tschernev, diretora-executiva do projeto, conta que esses animais dificilmente são adotados, pois não toleram a aproximação de pessoas e apresentam comportamento feral. A diretora também conta que os gatos são periodicamente avaliados para uma possível mudança de comportamento e possibilidade de socialização.

Antes da necessidade de remoção, cerca de 50 gatos dóceis já haviam sido recolhidos do local e foram adotados, enquanto felinos ariscos foram castrados e puderam permanecer no aeroporto sob supervisão da organização.

Contudo, desta vez, foi necessária a remoção definitiva dos gatos devido a obras no espaço, que devem destruir as colônias dos animais e comprometer a segurança dos indivíduos. “Em uma situação normal, esses gatos seguiriam no local, alimentados, monitorados e já sem risco de reproduzir”, lamenta Tatiana Sales, médica veterinária do projeto.

Para oferecer um novo lar aos animais, a ONG está construindo um espaço exclusivo, projetado para simular o ambiente das antigas colônias. “Vamos replicar o máximo possível da vida que eles tinham: acesso a jardins com árvores, nenhuma convivência forçada com outros animais e interação limitada com humanos. Temos um compromisso com a manutenção de laços afetivos entre os gatinhos e, por isso, eles não serão separados e nem confinados num abrigo tradicional”, conta Tatiana.

No entanto, o resgate dos animais é um desafio para os profissionais da organização. Devido ao comportamento arisco de muitos deles, os gatos vivem escondidos, por isso, a ONG aposta em câmeras de monitoramento com visão noturna e capacidade de 300 horas de gravação para garantir que nenhum animal seja deixado durante o resgate.

“A maior preocupação, no momento, é ter certeza de que nenhum gato ficará para trás. Estamos analisando minuciosamente as imagens das câmeras e as ações de captura continuarão até que todos tenham sido resgatados”, afirma Adriana Tschernev, diretora-executiva da instituição. Até o momento, foram identificados 35 felinos e 29 foram capturados. Dentre os capturados até agora, apenas 2 adultos apresentam chance de socialização e, dos três filhotes capturados em cima de um telhado, um já foi adotado.

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