Ônibus alugado pelo Itamaraty vai tirar brasileiros da Faixa de Gaza

O Ministério das Relações Exteriores contratou um ônibus para repatriar 26 cidadãos brasileiros que se encontram na Faixa de Gaza. A informação foi divulgada nesta terça-feira (10/10). Essa ação de resgate foi planejada pelo Escritório de Representação do Brasil em Ramallah e tem como objetivo garantir a segurança e o retorno dos brasileiros a seu país de origem.

Em decorrência do aumento das hostilidades, os primeiros brasileiros a serem repatriados já começaram a se dirigir aos pontos de encontro designados em Jerusalém e Tel Aviv.

Um total de cinco ônibus foi disponibilizado para sair das duas cidades com maior concentração de brasileiros e turistas em direção ao Aeroporto Ben-Gurion, que continua operacional.

A operação de repatriação terá início a partir de um ponto de encontro em Rafah, localizado ao sul de Gaza. Apesar de a data e o horário da partida ainda não terem sido divulgados, os interessados em obter mais detalhes sobre a operação, incluindo informações sobre documentação necessária, devem entrar em contato pelo telefone +972 (59) 205 5510.

O Plano

A primeira aeronave, segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), destinada a repatriar brasileiros em Israel aterrissou no território às 9h41 (15h41 no horário local) desta terça-feira. A previsão é que a aeronave retorne ao Brasil com 210 passageiros na madrugada de quarta-feira, pousando em Brasília por volta da 1h.

No total, seis aeronaves da FAB foram mobilizadas para essa operação, que teve início no domingo. Nesta terça-feira, a terceira aeronave mobilizada pela Força Aérea partirá para a repatriação de brasileiros. O KC-390 Millennium (Embraer) decolará às 16h da Base Aérea de Brasília, tendo Roma como destino inicial.

De acordo com a FAB, está prevista a repatriação de 900 brasileiros até o sábado, e a operação poderá ser repetida na próxima semana. O Ministério das Relações Exteriores informou que a Embaixada em Tel Aviv coletou os dados de aproximadamente 2,3 mil brasileiros interessados na repatriação, com a maioria sendo turistas.

“Os candidatos à repatriação serão acomodados em listas de prioridade. Em um primeiro momento, deverão ser priorizados os residentes no Brasil, sem passagem aérea”, afirmou o Ministério em comunicado.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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