Ônibus do Eixo Anhanguera e extensões têm até 14 anos; idade está acima do recomendado

Acidentes, incêndios e más condições. Esse é o cenário vivido pelo usuário do transporte público de Goiânia e Região Metropolitana. A causa dos transtornos, entretanto, pode estar relacionada à idade avançada das frotas de ônibus do Eixo Anhanguera e extensões. 

Para se ter ideia, a idade média da frota de ônibus que circula atualmente é de nove anos e meio, isso porque há seis veículos adquiridos para o uso no BRT Norte-Sul, que estão reforçando a linha entre o Terminal Vera Cruz e o Terminal Praça da Bíblia. Alguns veículos, no entanto, possuem até 14 anos de uso.

Recomendação

No último dia 19, após uma série de acidentes no transporte, inclusive com uma vítima fatal, o Ministério Público de Goiás (MP) recomendou a Metrobus e a Secretaria-Geral de Governo (SGG) que os veículos com mais de 5 anos fossem suspensos da operação. 

Porém, caso eles acatem a recomendação, apenas seis veículos estariam aptos para operar em todo Eixo Anhanguera e suas extensões. Os veículos aptos, inclusive, são das empresas Reunidas e Rápido Araguaia, comprados com a previsão de uso no corredor exclusivo no ano passado, mas que ainda não foi inaugurado. 

A previsão é que esses ônibus deixem de operar até o próximo mês com a chegada de veículos adquiridos pelas empresas para atuar nas extensões do Eixo Anhanguera. Vale lembrar que em junho, o governo estadual anunciou o acordo para a chegada de 60 ônibus. Destes, 20 estão em operação e outros 40 devem chegar até setembro.

Assim que os outros veículos forem entregues, os ônibus comprados para o BRT serão retirados do Eixo Anhanguera. A diferença é que essas aquisições que ainda não estão em Goiânia serviam ao transporte público de Brasília e possuem idade de fabricação de 8 anos, que é igual aos ônibus mais novos da Metrobus. Ou seja, nenhum veículo atenderia ao pedido do MP-GO. 

Ônibus tem até 14 anos de uso. (Foto: Pedro Moura)

Acidentes

A recomendação do MPM foi feita um dia depois da confirmação da morte da estudante Leidiane Teixeira da Cruz, de 28 anos, que caiu de um ônibus da Metrobus em movimento, quando a porta abriu na passagem do veículo na curva do Palmito, na região do Jardim Novo Mundo. O acidente ocorreu no último dia 17, enquanto a mulher levava uma marmita para o marido.

Outro acidente ocorreu no dia 9, quando um ônibus que fazia a linha 305 (Terminal Recanto do Bosque/Praça A), trafegava na Avenida Independência e, antes de chegar no Terminal Praça A, teve que fazer uma freada brusca para não bater em outro carro de passeio, que parou de forma repentina, de acordo com a RedMob. Duas passageiras ficaram feridas e precisaram ser encaminhadas para o Cais de Campinas, onde receberam atendimento médico e posteriormente foram liberadas. 

Estudante morreu após cair de um ônibus do Eixo Anhanguera, em Goiânia. (Foto: Arquivo DE)

Ônibus em chamas 

Além dos acidentes, o transporte público também tem registrado problemas estruturais nos ônibus. No último dia 20, por exemplo,  um dos ônibus articulados do Eixo Anhanguera teve um princípio de incêndio, no Setor Capuava, em Goiânia. O veículo trafegava pela região quando o fogo começou no compartimento do motor. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas ao chegarem no local, o fogo já havia sido controlado pelo próprio motorista, com auxílio de extintores de incêndio.

Este não foi o primeiro ônibus a pegar fogo este ano. No dia 27 de junho, por exemplo, outro veículo pegou fogo enquanto trafegava pelo Setor Vila Mutirão, na região noroeste de Goiânia. Apesar dos danos materiais, não houve vítimas.

Dois dias antes, no dia 25 de junho, outro ônibus do Eixo Anhanguera, que fazia a rota Goiânia/Senador Canedo pegou fogo, na GO-403. O corpo de bombeiros foi acionado pelo motorista do coletivo, que desembarcou os passageiros em segurança.

Em nota, a Metrobus informa que todos os ônibus da frota passam por manutenções preventivas periódicas e corretivas, quando necessário. A empresa ressaltou ainda que os veículos são equipamentos de uso contínuo e como qualquer outro podem apresentar algum tipo de problema durante operação.

Quando isso ocorre, de acordo com a Metrobus, um novo carro é disponibilizado e o que apresentou problema é recolhido para reparos. Como é de conhecimento, a Metrobus reforça que aguarda a liberação do TCE para prosseguir com o processo licitatório de renovação total de sua frota com a contratação dos ônibus elétricos para atender os usuários do Eixo Anhanguera e suas extensões.

Ônibus pegou fogo na Vila Mutirão. (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)

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Desabamento de ponte TO-MA deixa 16 pessoas desaparecidas

Dois dias após o desabamento da ponte que liga os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO) sobre o Rio Tocantins, uma força-tarefa composta por agentes dos dois estados e do governo federal continua as buscas por desaparecidos. O incidente ocorreu no domingo, 22. A Polícia Militar do Tocantins confirmou, até a manhã de terça-feira, 24, a morte de duas mulheres.

Uma das vítimas era uma residente de 25 anos de Aguiarnópolis, enquanto os dados da outra vítima ainda não foram divulgados. Além disso, um homem de 36 anos foi encontrado vivo e levado ao hospital de Estreito com uma fratura na perna. Atualmente, 12 adultos e três crianças permanecem desaparecidos.

Veículos envolvidos no acidente

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, ao menos oito veículos caíram no rio: quatro caminhões, dois automóveis e duas motocicletas. A presença de veículos carregados com ácido sulfúrico e herbicidas complica as buscas, pois as autoridades aguardam os resultados de exames da água para determinar se é seguro iniciar os trabalhos de busca com mergulhadores.

A Agência Nacional de Águas (ANA) informou que os caminhões transportavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico. Como precaução, o governo do Maranhão orientou a suspensão da captação de água para abastecimento público nas cidades banhadas pelo rio Tocantins até que se confirme se esses produtos se diluíram e não oferecem risco.

Condições da Ponte Juscelino Kubitschek

A Ponte Juscelino Kubitschek, inaugurada nos anos 1960, tinha 533 metros e já apresentava problemas conhecidos. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) realizou obras de reparos entre 2021 e 2023, mas a ponte necessitava de ‘obras de reabilitação’.

Em maio de 2024, um edital no valor de aproximadamente R$ 13 milhões foi lançado para a contratação de uma empresa especializada, mas a licitação fracassou. Um relatório obtido pelo jornal Folha de S.Paulo revelou que o Dnit sabia da situação precária da ponte desde 2019.

O professor de engenharia civil da Universidade Federal do Tocantins, Fabio Ribeiro, atribuiu o acidente a uma série de falhas. O Ministério Público do Tocantins aguarda a conclusão dos laudos técnicos para analisar possíveis providências.

O Dnit interditou o local e decretou situação de emergência para facilitar os trâmites burocráticos para a reconstrução da ponte, com um prazo estimado de 12 meses e um custo entre R$ 100 a R$ 150 milhões. Durante uma coletiva de imprensa, o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que mais de R$ 100 milhões serão destinados para a reconstrução imediata da ponte e que uma sindicância será instaurada para apurar responsabilidades.

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