Ônibus urbano perde cerca de 3 milhões de usuários diariamente, diz associação

Cerca de três milhões de passageiros deixam de usar o ônibus como transporte público diariamente no país, informou hoje (23) a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, ao divulgar os dados anuários referentes a 2016/2017. “É uma queda expressiva e preocupante”, disse o presidente da entidade, Otávio Cunha. A pesquisa foi feita em nove capitais.

Segundo o relatório da associação, nos últimos três anos, o nível da queda de passageiros atingiu 18,1%. Só no ano passado, o número de passageiros transportado diariamente por ônibus caiu 4,6% em relação a 2015. A associação faz o monitoramento dos dados de transportes públicos urbanos desde 1994, totalizando 24 anos de acompanhamento. Para o mês de outubro, a previsão é de queda de 46,3% no número de passageiros transportados.

Para o presidente da associação, Otávio Cunha, fatores como a tarifa, o tempo de viagem, o estado de cada veículo e o trânsito cooperam para a queda do transporte nos ônibus. “Pesquisas apontam que a redução da tarifa e a volta dos investimentos em infraestrutura podem atrair novamente o usuário do ônibus como transporte público. A melhoria da qualidade do transporte, atrairá demanda”, afirmou.

Cunha ressaltou que pequenas ações podem trazer resultados positivos e rápidos. “Pequenos investimentos, como a criação de faixas exclusivas e o monitoramento, para evitar invasões, podem encurtar o tempo de viagem. Isso influencia na hora da escolha do transporte”, disse. “Hoje em dia, os ônibus disputam espaço nas vias com os carros e investimentos precisam ser feitos”, acrescentou.

De acordo com o levantamento, o desemprego e a crise econômica são os principais responsáveis pela baixa nos números dos usuários do transporte público. Contudo, Otávio Cunha avaliou que outros fatores contribuem diretamente para o cenário atual. “Temos que levar em conta as distorções do sistema de transporte público urbano, tal como a falta de fontes de financiamento para a tarifa, que hoje é paga, exclusivamente, pelo usuário”, concluiu.

Desde a Constituição de 1988, a atribuição do financiamento do serviço passou a ser dos municípios. Pelo menos 17% dos custos do transporte público estão ligados às gratuidades para idosos, pessoas com deficiência, estudantes e outros motivos, que são financiados pelos usuários que pagam as passagens de ônibus.

Fonte: Agência Brasil

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Policial Militar é indiciado por homicídio doloso após atirar em estudante de medicina

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que as câmeras corporais registraram a ocorrência. O autor do disparo e o segundo policial militar que participou da abordagem prestaram depoimento e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações. A investigação abrange toda a conduta dos agentes envolvidos, e as imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
 
O governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, lamentou a morte de Marco Aurélio por meio de rede social. “Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância. A Polícia Militar é uma instituição de quase 200 anos, e a polícia mais preparada do país, e está nas ruas para proteger. Abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos,” disse o governador.
 
O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, avalia que há um retrocesso em todas as áreas da segurança pública no estado. Segundo ele, discursos de autoridades que validam uma polícia mais letal, o enfraquecimento dos organismos de controle interno da tropa e a descaracterização da política de câmeras corporais são alguns dos elementos que impactam negativamente a segurança no estado. O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço aumentou 84,3% este ano, de janeiro a novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, subindo de 313 para 577 vítimas fatais, segundo dados divulgados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) até 17 de novembro.
 
O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do MPSP faz o controle externo da atividade policial e divulga dados decorrentes de intervenção policial. As informações são repassadas diretamente pelas polícias civil e militar à promotoria, conforme determinações legais e resolução da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).

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