ONU diz que Coreia do Norte está avançando no seu programa nuclear

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Yukiya Amano, afirmou ontem (2), em Viena, durante reunião preparatória para a Conferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), que está “profundamente preocupado” com o programa nuclear da Coreia do Norte. O país asiático declarou sua saída do TNP em 2003 e os inspetores da agência tiveram de deixar o território norte-coreano em 2009. As informações são da ONU News.

Segundo Amano, “todas as evidências indicam que a Coreia do Norte está progredindo em seu programa atômico”. Ele disse que a Aiea continua trabalhando muito para coletar e avaliar informações relacionadas ao programa nuclear do país, incluindo monitoramento de imagens de satélite e dados relacionados ao comércio.

O chefe da Aiea deixou claro que, sem acesso direto a locais importantes, a agência da ONU não tem condições de confirmar como as instalações nucleares norte-coreanas estão funcionando. Ele pediu ao governo de Pyongyang que cumpra com as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e coopere com a Aiea na implementação do acordo de salvaguardas do TNP e resolva as questões pendentes.

Amano declarou que os inspetores da Aiea estão prontos para retornar ao país se forem autorizados.
O TNP é um tratado internacional que entrou em vigor em 1970. Entre seus objetivos estão evitar a proliferação de armas nucleares, promover a cooperação no uso pacífico de energia nuclear e alcançar o desarmamento nuclear.

Irã monitorado

Em 2015, a Aiea ajudou a comunidade internacional a alcançar o acordo entre o Irã e o grupo de países conhecido como P5+1, que inclui China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia, membros permanentes do Conselho de Segurança, mais a Alemanha e a União Europeia.

O acordo ficou conhecido como Plano de Ação Conjunto Integrado. Desde a sua implementação, em janeiro de 2016, a Aiea tem monitorado os compromissos nucleares iranianos. Yukika Amano afirmou que atualmente, o Irã está sujeito “ao regime de verificação nuclear mais robusto do mundo”. Os inspetores ampliaram o acesso às usinas atômicas e têm hoje mais informações sobre o programa nuclear iraniano.

Segundo o chefe da Aiea, o programa iraniano atualmente é menor do que antes da implementação do Plano de Ação Conjunto.

Síria e salvaguardas

Em relação à implementação das salvaguardas na Síria, Amano disse que não houve grandes avanços desde a última conferência de revisão. Para ele, é muito provável que um prédio destruído em Dair Alzour, em 2007, abrigava um reator nuclear que deveria ter sido declarado à Aiea pelas autoridades sírias. Ele reforçou o apelo para que a Síria coopere totalmente com a agência em relação às questões não resolvidas.

O diretor-geral da Aiea disse ainda no encontro que segurança nuclear é uma responsabilidade nacional de cada país, mas lembrou que o órgão serve como um fórum internacional de cooperação na área. Ele ressaltou que as salvaguardas da agência são um “componente fundamental do regime de não-proliferação” e têm um papel indispensável na implementação do TNP.

Amano afirmou que a Aiea envia regularmente inspetores para verificar se os países estão cumprindo com seus acordos na área, usando tecnologia avançada que os permite detectar o desvio de material nuclear para o uso em armas ou explosivos. Ele fez um apelo aos Estados signatários do TNP que não têm armas nucleares que concluam acordos abrangentes de proteção com a agência. Ele também pede que os países que ainda não o fizeram, que concluam e implementem protocolos adicionais o mais rápido possível.

Fonte: Agência Brasil

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Avião da Embraer pode ter sido abatido por sistema de defesa russo, indicam fontes

O acidente com o avião da Azerbaijan Airlines que deixou 38 mortos na última quarta-feira pode ter sido causado por um sistema de defesa aérea russo, segundo informações obtidas pela agência Reuters. A suspeita foi inicialmente levantada por Andriy Kovalenko, membro da segurança nacional ucraniana, que mencionou imagens mostrando coletes salva-vidas perfurados. Especialistas em aviação e militares corroboraram a análise, e até mesmo a mídia russa considerou a possibilidade de a aeronave ter sido confundida com um drone ucraniano.

Enquanto isso, as autoridades russas e do Cazaquistão pedem cautela. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, declarou que especulações sobre as causas são prematuras, e o presidente do Senado do Cazaquistão, Mäulen Äşimbaev, reforçou que a investigação está em andamento, garantindo transparência nos resultados.

O avião, que partiu de Baku, capital do Azerbaijão, com destino a Grozny, na Rússia, desviou significativamente de sua rota antes de cair no Cazaquistão. A companhia aérea inicialmente sugeriu que o acidente poderia ter sido causado por colisão com aves, mas especialistas descartaram essa hipótese. Serik Mukhtybayev, especialista cazaque, e o brasileiro Lito Sousa destacaram que os danos nos destroços apontam para uma causa externa, possivelmente relacionada a um ataque.

Relatos e análises reforçam a teoria de que o avião foi atingido por um míssil. Um piloto militar francês, sob anonimato, afirmou que os danos na cauda são consistentes com explosões de estilhaços. O blogueiro russo Yuri Podolyaka também mencionou sinais típicos de sistemas antiaéreos.

Dados do site Flightradar24 mostram que o avião enfrentou interferências de GPS antes do acidente, algo já atribuído à Rússia em ocasiões anteriores. A Chechênia, destino final do voo, havia sido alvo de ataques com drones no mesmo período, segundo informações locais.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, evitou especular, atribuindo o desvio de rota ao mau tempo. A caixa-preta do avião foi recuperada e será analisada para determinar a causa do acidente. Das 67 pessoas a bordo, 29 sobreviveram, sendo que 11 permanecem em estado grave.

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