O escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) cobrou, nesta sexta-feira (7), uma investigação independente da operação policial no Jacarezinho que deixou 25 mortos, incluindo um policial na manhã desta quinta-feira (6).
Rubert Colvielle, porta-voz dos Direitos Humanos da ONU, disse em uma entrevista coletiva em Genebra, na Suíça, que há um histórico de uso desproporcional e desnecessário da força pela polícia. “Pedimos que o promotor conduza uma investigação independente e completa do caso de acordo com os padrões internacionais”, disse.
Segundo o porta-voz, ele está preocupado com o fato de que a cena do crime não tenha sido preservada, o que dificulta o trabalho da perícia para a comprovação das circunstâncias das mortes. “É particularmente preocupante que a operação tenha ocorrido apesar de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2020 restringindo as operações policiais em favelas durante a pandemia de Covid-19”, afirma Colville.
Rubert faz uma alerta às autoridades brasileiras para que o uso da força seja usado como o último recurso e ”apenas em casos em que há ameaça iminente á vida ou de um sério perigo”
A operação feita pela Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro deixou 25 mortos após intenso direito na manhã da quinta-feira (6). Essa foi um dos maiores tiroteios acontecidos em operações feitas em favelas desde 2016. Além de suspeitos, duas pessoas foram baleadas dentro do metrô e sobreviveram. Dois civis também foram feridos e um morreu após um tiro na cabeça.