Desvio de R$ 90 milhões: operação cumpre mais de 30 mandados em Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro contra grupo suspeito de fraude imobiliária
Ao todo, estão sendo cumpridos 28 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva em Porto Belo, Itapema e Joinville, além das capitais do Rio de Janeiro e São Paulo.
A equipe do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) iniciou nesta quarta-feira (3) a Operação “Black Flow”, que investiga um grupo econômico suspeito de envolvimento em organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro e crimes contra a economia popular. Os suspeitos teriam movimentado cerca de R$ 90 milhões por meio de um esquema ilegal relacionado a empreendimentos imobiliários fraudulentos.
Segundo a apuração, o grupo utilizava empresas de propósito específico (SPEs) para lançar empreendimentos sem registro legal, comercializando imóveis e desviando os recursos para contas pessoais. Em muitos casos, as construções sequer saíam do papel, e o dinheiro arrecadado era utilizado de maneira indevida, em despesas pessoais como cartões de crédito e aquisição de veículos.
O consórcio é composto por sete empresas principais e uma holding com sede nos Estados Unidos. Além disso, a investigação detectou o uso de procurações suspeitas, a falta de cumprimento de obrigações financeiras e um grande número de alienações fiduciárias sobre os mesmos bens, prejudicando os compradores, corretores e permutantes.
O nome “Black Flow” foi escolhido para a operação devido ao trajeto obscuro do dinheiro desviado dos compradores para a construção dos imóveis. Esses valores eram desviados por meio das empresas do grupo, como SPEs e incorporadoras, até chegarem às contas pessoais dos investigados.
Diversos mandados estão sendo cumpridos na operação contra o grupo suspeito em Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro, a fim de desarticular o esquema fraudulento. Essas ações visam a impedir novas práticas criminosas e trazer à tona as irregularidades cometidas pelas empresas investigadas. Com a continuidade das investigações, espera-se responsabilizar os envolvidos pelos crimes perpetrados.