Operação Cerrado Vivo combate incêndio na APA do Encantado

Equipes da força-tarefa da Operação Cerrado Vivo do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás trabalharam no combate às chamas do incêndio de grande proporção que consumiu aproximadamente 57% da Área de Preservação Ambiental (APA) do Encantado, localizada em Baliza. A extinção completa dos focos ocorreu na última segunda-feira 18. Esse é o terceiro incêndio significativo a atingir a APA desde 2017.

OPERAÇÃO CERRADO VIVO

O incêndio foi detectado em 11 de setembro e imediatamente comunicado às autoridades. O Corpo de Bombeiros Militar, em Iporá, mobilizou esforços para conter as chamas, mas as condições desfavoráveis, como baixa umidade do ar, altas temperaturas e ventos fortes, tornaram o combate desafiador.

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) enviou a Brigada Aliança da Terra para auxiliar na operação. Os esforços iniciais conseguiram diminuir o avanço das chamas, mas, devido à topografia acidentada da região, foi necessária uma força-tarefa maior.

Em 14 de setembro, uma equipe de especialistas em incêndios florestais do CBMGO se juntou à operação, aumentando o número de pessoas envolvidas no combate para vinte. Além disso, a SEMAD enviou fiscais para orientar a população local a não realizar queimadas controladas nas proximidades da reserva, visando evitar o agravamento da situação.

As equipes permaneceram em alerta para evitar reacendimentos até terça-feira, 19, quando o incêndio na APA do Encantado foi declarado extinto. A prefeitura de Baliza também desempenhou um papel fundamental no apoio ao combate às chamas.

APA DO ENCANTADO

A APA do Encantado enfrenta recorrentes ameaças de incêndios florestais, em parte devido à sua extensa área contínua, terreno acidentado e acesso difícil. A proximidade de assentamentos e propriedades rurais contribui para a entrada de incêndios na reserva, muitas vezes por acidentes.

As causas desse incêndio específico estão sendo investigadas pela SEMAD, e os responsáveis podem enfrentar acusações de crime ambiental de acordo com a Lei de Crimes Ambientais, Lei 9.605/98, que prevê penas de prisão de dois a quatro anos, além de multas, em casos de incêndios intencionais, e de seis meses a um ano, também com multa, em casos não intencionais.

A APA do Encantado, com seus 7.913,97 hectares, abriga mais de setenta cachoeiras e piscinas naturais às margens do Rio Araguaia, além de uma rica biodiversidade vegetal e animal.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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