Uma operação conjunta entre a Corregedoria da Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MPSP), realizada nesta terça-feira (4/2), resultou na apreensão de 23 celulares, dinheiro e drogas em celas de agentes suspeitos de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Os 23 aparelhos celulares foram encontrados durante a vistoria nas celas do presídio da Polícia Civil, localizado na avenida Zaki Narchi, na zona norte de São Paulo, onde os agentes estão detidos preventivamente. Além dos celulares, foram localizados R$ 21.672,15, 11 smartwatch, 14 carregadores de celular, 26 fones de ouvido, uma pequena quantidade de droga e dinheiro em dólar e euro, bem como um notebook.
A investigação visava apreender os celulares utilizados pelos dois policiais civis detidos no presídio para se comunicarem com pessoas fora da prisão. Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), os aparelhos foram introduzidos na cadeia com a ajuda de parentes dos suspeitos. Além da Corregedoria da Polícia Civil e do Gaeco, a operação contou com a participação da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), Controladoria-Geral do Estado, Polícia Científica e Guarda Civil Metropolitana (GCM).
Os policiais civis Valmir Pinheiro, conhecido como “Bolsonaro”, e Valdenir Paulo de Almeida, apelidado de “Xixo”, estão sob suspeita de ligações com o PCC. Eles são acusados de receber propina para arquivar investigações sobre tráfico de drogas. Ambos estão presos preventivamente desde setembro passado e foram alvo de busca e apreensão durante a operação realizada pelo Ministério Público de São Paulo e a Corregedoria da Polícia Civil.
De acordo com as investigações, os policiais utilizavam os celulares dentro do presídio para se comunicarem com comparsas através de videochamadas e pressioná-los a omitir informações em depoimentos. Os policiais foram indiciados por crimes contra a administração pública, usura, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Eles são suspeitos de terem recebido propina mensalmente de advogados do PCC entre 2020 e junho de 2021, o que resultou no arquivamento de apurações e interrupção de um inquérito policial realizado pelo Departamento de Narcóticos (Denarc).
Em 2015, Valdenir Paulo de Almeida, o “Xixo”, foi reconhecido publicamente por seu trabalho na Polícia Civil de São Paulo. Ele participou de ações que contribuíram para desbaratar organizações criminosas. Já Valmir Pinheiro, apelidado de “Bolsonaro” devido à sua semelhança física com o ex-presidente, é investigado por suspeita de envolvimento em cobrança de suborno para interromper apurações sobre o PCC e desviar drogas apreendidas. Para mais informações sobre o que acontece em São Paulo, siga o perfil do DE SP no Instagram. Em caso de denúncia ou sugestão de reportagem, entre em contato através do WhatsApp do DE SP: (11) 99467-7776.