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Operação contra desmatamento ilegal aplica mais de R$ 1 milhão em multas

“Precisamos fazer seis cargas de carretas para dois pátios distintos porque as toras eram muito longas e não caberiam em um único depósito. Parte da madeira foi comprada, mas o documento que valida a relação comercial foi fraudado. Sobre a área desmatada, fazendeiros utilizavam-se de correntões de 20 metros de comprimento que, atados a tratores, conseguem derrubar grandes quantidades de árvores em pouco tempo. Mesmo com permissão, esse tipo de extração é ilegal em Goiás, porque não se trata de um método seletivo, já que derruba o que estiver pela frente”

Fazendeiros de 30 propriedades diferentes nos municípios de São Miguel do Araguaia, Nova Crixás, Mundo Novo, Bonópolis e Novo Planalto receberam mais de R$ 1.119.000 em multas por pela prática de desmatamento ilegal. Ao todo, a extensão de extração irregular de madeira soma 765 hectares, dos quais 88 pertencem a reservas legais e Áreas de Preservação Permanente (APPs). As autuações ocorreram a partir do último 25 de junho, quando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou a Operação Desmatamento com apoio do Batalhão Ambiental da Polícia Militar.

Além das multas, agentes apreenderam quatro tratores de esteira, dois tratores de lâmina, uma escavadeira, duas motosserras e dois correntões, bem como 3.750 estacas da madeira Acapu. No total, 49 propriedades foram fiscalizadas. De acordo com o chefe da unidade técnica do Ibama em São Miguel do Araguaia, Diogo Freitas, em duas fazendas, parte da madeira apreendida ainda era proveniente de compra irregular. Veja foto de parte da área desmatada:

Foto: divulgação/Ibama

“Precisamos fazer seis cargas de carretas para dois pátios distintos porque as toras eram muito longas e não caberiam em um único depósito. Parte da madeira foi comprada, mas o documento que valida a relação comercial foi fraudado. Sobre a área desmatada, fazendeiros utilizavam-se de correntões de 20 metros de comprimento que, atados a tratores, conseguem derrubar grandes quantidades de árvores em pouco tempo. Mesmo com permissão, esse tipo de extração é ilegal em Goiás, porque não se trata de um método seletivo, já que derruba o que estiver pela frente”, explica.

Segundo Diogo, 128 outras propriedades ainda serão fiscalizadas a partir de setembro. “Casos de desmatamento ocorrem em todo o estado. Fizemos um levantamento via satélite em fazendas da região limítrofe à São Miguel e percebemos 177 sítios irregulares, dos quais 49 já foram visitados. As pessoas acreditam que [desmatamentos] não vão dar em nada, por que tratam-se de áreas pequenas, mas estão enganados. Acreditamos que essa operação sirva para evitar novas extrações irregulares”. Outras regiões detectadas não foram reveladas para não atrapalhar as fiscalizações. Após avaliação, a madeira apreendida poderá ser encaminhada para leilão ou doação.

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