Operação da PF investiga desvio milionário de emendas em eventos de jogos digitais: Senador do DF sob suspeita de ligação.

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A Polícia Federal identificou uma possível conexão entre um contador investigado por desvios de emendas parlamentares e um senador do Distrito Federal. Izalci Lucas (PL-DF) destinou uma emenda para uma associação suspeita de desviar verbas que deveriam financiar um evento de jogos digitais. Embora o político não tenha sido alvo da operação e negue qualquer irregularidade.

A Operação da PF visa investigar o desvio de emendas parlamentares em eventos de jogos digitais. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em Brasília, Acre, Paraná e Goiás. A Associação Moriá, que recebeu cerca de R$ 15 milhões em emendas de parlamentares, é o principal alvo da investigação, que suspeita que aproximadamente R$ 13,2 milhões tenham sido desviados.

De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), cerca de 90% dos recursos recebidos pela Moriá eram repassados para empresas terceirizadas, cujas condutas também estão sob suspeita. O senador Izalci é um dos autores das emendas investigadas, mas não foi alvo da operação e afirma ter cancelado a emenda.

A PF aponta para uma relação de proximidade entre Izalci e o contador Adriano Marrocos, que é apontado como lobista da Associação Moriá e responsável pela captação dos recursos federais. Os dois estiveram filiados ao PSDB no mesmo período e foram vistos juntos em diversas ocasiões.

Além disso, a investigação revelou que houve um aumento significativo no valor da emenda indicada por Izalci, que passou de R$ 700 mil para R$ 9,4 milhões na lei orçamentária de 2023. A Associação Moriá recebeu mais de R$ 7,5 milhões em repasses, sendo a principal beneficiária entre quatro entidades.

Entre as irregularidades apontadas pela CGU estão o direcionamento fraudulento das subcontratações, acordos ilícitos entre empresas subcontratadas, e a contratação de empresas de fachada. O ministro do STF Flávio Dino determinou o sequestro de bens e o bloqueio de contas bancárias das empresas investigadas para futuros ressarcimentos.

Diante das acusações, Izalci Lucas afirmou em nota que cancelou o repasse dos recursos à Associação Moriá e se coloca à disposição para esclarecimentos. A Associação Moriá declarou estar disponível para prestar esclarecimentos e destacou sua disposição em colaborar com as autoridades. A empresa de contabilidade de Adriano Marrocos também foi contatada, mas não houve retorno até o momento.

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