Operação da PF investiga grupo criminoso que fraudava a Caixa

Caixa afirma que tem cooperado com investigações

Contratos da Caixa Econômica Federal  (CEF) na área de tecnologia da informação, que totalizam mais de R$ 385 milhões, estão sendo investigados pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de irregularidades. A Operação Backbone, deflagrada na manhã de hoje (14), cumpre dez mandados judiciais de busca e apreensão em Brasília.

Segundo a PF, as empresas de tecnologia da informação “repassavam os valores indevidos para a empresa de consultoria por meio de contratos de prestação de serviços, em princípio, inexistentes”. As investigações indicam que parte dos valores recebidos era “distribuída pela empresa de consultoria para os demais membros da organização criminosa”.

Para justificar o acréscimo patrimonial, “os empregados da Caixa e o sócio administrador da empresa de consultoria celebravam contratos de compra e venda de imóveis, viabilizando assim o branqueamento de capitais”, disse a PF. A organização criminosa seria formada por empregados da Caixa, empresários da área de tecnologia da informação e uma empresa de consultoria pertencente a um ex-empregado do banco.

Segundo a polícia, as investigações mostram que empregados da Caixa e o sócio administrador da empresa de consultoria “receberam vantagens indevidas” repassadas pelas empresas, “com a finalidade de cometer irregularidades na formalização e fiscalização dos contratos dessas empresas com a CEF”.

A Caixa, por meio de nota, esclareceu que “forneceu informações e documentos, previamente à deflagração da Operação Backbone, contribuindo para a apuração dos fatos”. Informou ainda “que não houve busca e apreensão em suas dependências e que continua prestando irrestrita colaboração com a Polícia Federal”.

O nome da operação, Backbone, é uma expressão que, na área da informática, faz referência à espinha dorsal de um sistema de rede de computadores.

Fonte: Agência Brasil

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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